Unir o povo em defesa do Brasil
Este ano o Brasil completou 30 anos de retorno das liberdades democráticas. Após a longa e obscura ditadura militar, a luta estudantil, sindical e todo o povo abriu as cadeias, trouxe de volta os exilados e retomou o papel das instituições democráticas.
Nesta, que é a fase mais longa de democracia contínua no Brasil, destacam-se os governos de Lula e Dilma como os garantidores das maiores conquistas sociais e políticas da nossa história.
O governo errou, no entanto, ao não estabelecer um diálogo permanente com os movimentos sociais, ao não gerar uma consciência de pertencimento do povo a estas conquistas e ao subestimar o ódio e o inconformismo das elites, que formaram com a grande mídia, um consórcio oposicionista que se recusa a aceitar a quarta derrota eleitoral consecutiva.
A crise econômica mundial, cíclica do capitalismo, leva a OIT a calcular que o mundo terá 11 milhões de desempregados nos próximos quatro anos.
Desde a descoberta do pré-sal, o Brasil e toda a América Latina viraram alvo desta tentativa de interferência do centro financeiro do mundo, em busca de novos mercados.
Esta crise mundial, que atinge com força os países em desenvolvimento, gerando baixo crescimento, tem sido instrumentalizada pela oposição no Brasil, para encurtar o ciclo democrático e gerar uma instabilidade capaz de derrubar o governo Dilma, com apenas quatro meses de empossado.
Para isso, usam velhas e conhecidas táticas: guerra midiática, terror econômico, judicialização da política. Montam a cena com os casos de corrupção contra a Petrobras, que precisam ser investigados e os culpados punidos. Porém, com agressividade, generalizam o ocorrido para atingir todo o governo e histericamente pedem o impeachment da presidenta.
Ao mesmo tempo, escondem escândalos que envolvem o PSDB e o DEM, especialistas na pilhagem do dinheiro público, desde a ditadura, passando pelas privatizações das estatais na era FHC, e agora no mega escândalo do HSBC e operação Zelotes, que fazem da operação Lava Jato algo pequeno diante do montante subtraído dos cofres públicos.
Tudo isto leva o nosso país a um futuro incerto. A correlação de forças, em especial no Congresso Nacional, pende para o conservadorismo. Atentam contra a democracia e impõem uma agenda regressiva no trabalho (PL 4330), na política (reforma política antidemocrática) e nos costumes (redução da maior idade penal, revogação do estatuto do desarmamento).
Para resguardar a democracia conquistada a duras penas e com muitas vidas, temos que reagir, mobilizar o povo, retomar as ruas, hoje ocupadas por defensores do retorno à ditadura e outras sandices.
Enfrentar a pauta regressiva do Congresso, mobilizando o povo por uma reforma política democrática, sem financiamento de campanhas por empresas e na contestação de qualquer iniciativa golpista, é uma tarefa de todo cidadão consciente.
Intensificar o combate à corrupção de todos os matizes e relançar as relações do governo com os movimentos sociais, nos darão fôlego para defender as vitórias do povo!
*Deputada federal (PCdoB-BA).