O ano de 2016 iniciou-se com a oposição entoando o mesmo “samba de uma nota só”, com que desfilou ao longo de 2015 – tomar de assalto o mandato da presidenta Dilma –, apelando a um processo de impeachment sem fundamento. Vendem a ideia de que a saída da presidenta seria o fim da crise econômica. Algo tão falso como uma nota de três reais.

Desde a derrota nas urnas, o PSDB e o DEM, em conluio com Eduardo Cunha, adotaram o “quanto pior melhor”, defendendo as chamadas “pautas-bomba” e boicotando, sistematicamente, as iniciativas do governo para combater a crise, até mesmo com propostas historicamente defendidas por eles.

Mas afinal, o que a oposição propõe para o Brasil? Que propostas possui para enfrentar a crise? Somente o golpe? Ou as mesmas de quando governou e levou o país a quebrar duas vezes? As que nos deixaram em 2º lugar mundial em número de desempregados (11,45 milhões)? Ou as que hoje propõem o fim do regime de partilha do pré-sal?

É fato que o país vive uma crise complexa, permeada por múltiplos fatores, tanto externos como internos, que vão da crise internacional, que chega a seu nono ano, passando pela queda abrupta nos preços das commodities, e em particular do petróleo (em menos de um ano o valor do barril caiu de US$ 100 para US$ 30), até o problema da longa estiagem que provocou a alta da energia e da água.

A presidenta Dilma Rousseff foi eleita para governar por quatro anos, ela tem legitimidade e condições para enfrentar os desafios do Brasil. Seu objetivo deve ser o de adequar o programa vitorioso às condições atuais, deixando fora da agenda temas como reforma da previdência e alta de juros. Avançar na travessia a um novo modelo de desenvolvimento, superando nossa dependência das commodities, pois como sabemos não é só conjuntural, é um problema estrutural que devemos enfrentar, fortalecendo um processo de reindustrialização voltado para setores estratégicos, com alto valor agregado.

Medidas têm sido tomadas. A atual taxa de câmbio favorece a exportação de nossos produtos industriais; a MP dos Acordos de Leniência contribuirá para a retomada da atividade econômica; a política de valorização do salário mínimo, que causa pânico na oposição, contribuirá com R$ 57,042 bilhões a mais na economia; a emenda de inovação tecnológica, de minha autoria, e a sanção do novo marco legal da ciência ajudam na competitividade de nossa indústria.

Em Pernambuco, é inconteste que desde que a parceria Eduardo e Lula foi selada, mudou-se a matriz econômica e a infraestrutura do estado. Importantes investimentos têm sido feitos no estado. Recentemente foram destinados R$ 756 milhões para Refinaria Abreu e Lima. Obras como a Transposição do Rio São Francisco, beneficiando a 12 milhões de pessoas e a Transnordestina, que amplia as conexões do Porto de Suape, são alguns exemplos disto.

O samba atravessado de uma nota só perde força. Cresce a consciência democrática no seio da sociedade brasileira de que atalhos e desrespeito aos mandatos legítimos não têm espaço no Brasil de hoje. A disputa política é até saudável, mas ela não deve atrapalhar os objetivos maiores da nação.

O Brasil já superou crises maiores e o nosso povo tem coragem de ir à luta. Os que apostam contra o Brasil e no golpismo vão perder. O ano de 2016 promete grandes batalhas e grandes vitórias para o povo brasileiro. Firme na luta!


*Luciana Santos é presidente nacional do PCdoB e deputada federal por Pernambuco.