Em entrevista à TV Vermelho na noite desta terça-feira (2), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), ressaltou que é preciso intensificar a reação contra a escalada da violência política no Brasil e os ataques às instituições promovidas pelo governo Bolsonaro.

Uma das parlamentares mais influentes do Congresso, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Jandira avalia que essa brutalidade política vem crescendo desde o golpe em 2016, quando a agenda do neoliberalismo se intensifica. Para ela, isso ocorreu pelo anseio do sistema financeiro pelo poder.

“O capital financeiro não tem escrúpulo, eles se servem dos governos que topam cumprir essa agenda. E no Brasil, eles serviram esse governo de extrema-direita, de características fascistas. E o fascismo tem essa marca de negar a liberdade criativa, a democracia, a liberdade de manifestação, organização. Se utiliza de instrumentos de violência para calar e até aniquilar o adversário e isto está na história mundial. No caso do Brasil, essa violência veio se intensificando”, explanou.

Para Jandira, a violência política “é uma marca desse governo Bolsonaro, é uma marca deste período. Eles são os principais incitadores da violência, Jair Bolsonaro é o que mais incita a violência política”, frisou.

Em contrapartida, afirma a deputada, é necessário reagir para impedir o avanço do autoritarismo. E citou a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, organizada pela Faculdade de Direito da USP, que tem hoje mais de 600 mil assinaturas de amplos setores da sociedade, como juristas, intelectuais, políticos e representantes da sociedade civil.

“A chamada contra a democracia é uma chamada permanente nesse governo”, explicou Jandira, recordando das recentes mortes políticas ocorrida no país, como da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, dos indigenistas Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips e do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda e “entre outras violências que temos sofrido aqui no Rio de Janeiro e podemos citar uma lista de violências que têm ocorrido no Brasil”, citou.

“Nós precisamos intensificar essa reação e é muito importante que esses manifestos ocorram”, disse a deputada, anunciando que ela mesma assinou a Carta aos Brasileiros e Brasileiras.

Jandira analisa positivamente as reações da sociedade contra a escalada da violência. “Há outros manifestos circulando, outras iniciativas, atos que vão surgindo também, comitês populares que vão se formando pelo Brasil. Isso é muito importante que surjam, pois é preciso fazer a defesa da democracia, do sistema eleitoral e da urna eletrônica, da paz, o direito de escolha, da livre circulação das pessoas e o direito à eleição transparente e sem violência. E a forma de garantir isso, é a forma institucional”, pondera a parlamentar.

A deputada contou ainda que propôs ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que realizasse uma campanha pela paz, que garantisse, entre outras medidas, o desarmamento da população no dia da eleição.

Para ela, é preciso punir os responsáveis pela incitação à violência. “Para impedir, constranger e isolar quem hoje estimule a violência”, completou a parlamentar.

Jandira também avaliou a grave crise em que se encontra o povo brasileiro sob o governo Bolsonaro, com o país voltando ao mapa da fome e da insegurança alimentar. Como profissional de saúde ela comentou também sobre os constantes ataques do presidente da República à ciência, ao SUS e parte da categoria médica. “Resumiria que esse governo é assassino, criminoso que continua negando a ciência”.

Contou ainda como foi o processo para aprovação da Lei Aldir Blanc, da qual foi relatora, garantindo auxílio aos profissionais do setor cultural do Brasil no período mais grave da pandemia. Ela é autora da lei permanente, a Lei Aldir Blanc 2, que garante auxílio financeiro permanente à área cultural, aprovada pelo Congresso e vetada integralmente pelo Executivo. O Congresso derrubou o veto presidencial.

Jandira lembrou quando foi relatora da Lei Maria da Pena, uma grande conquista da luta contra a violência sofrida pelas mulheres no país. A parlamentar fez um relato ainda de como está o cenário eleitoral no Rio de Janeiro e da sua campanha à pré-candidata à reeleição.

Confira a íntegra da entrevista abaixo:


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