Deputados cobram punição para anestesista que estuprou grávida
Um caso de violência contra a mulher chocou o Brasil no início desta semana. Desta vez, um médico anestesista foi preso e autuado em flagrante por estuprar uma paciente grávida, enquanto ela estava dopada e passava por um parto cesárea num hospital da Baixada Fluminense (RJ). O caso aconteceu na madrugada desta segunda-feira (11) e gerou repúdio de parlamentares, além da cobrança da apuração do caso e punição do médico.
“Um médico foi preso por estuprar uma mulher grávida. Ser mulher não é nada fácil, ainda mais nesses tristes tempos em que o machismo é política de Estado. Nunca estamos seguras, nem mesmo dentro do hospital. Minha solidariedade à vítima. Que este crime seja apurado e punido”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) classificou o caso como “estarrecedor, chocante”. “Causa nojo e revolta. Nem no momento do parto as mulheres têm paz! Minha integral solidariedade a essa mãe. Exigimos que o caso seja apurado e o médico punido com rigor da lei”, afirmou a parlamentar.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou que o caso causa “perplexidade, revolta e nojo”. “É a barbárie, a perda de conexão com os sentimentos que nos fazem humanos. É preciso apuração e punição exemplares”, cobrou.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) também se manifestou sobre o caso. “Imoral, nojento e abominável o caso do anestesista que estuprou uma mulher durante o parto. Ela estava totalmente vulnerável. Um momento que deveria ser de alegria e felicidade tornou-se um momento de humilhação. Meu repúdio a qualquer ato de violência ou assédio às mulheres.”
Giovanni Quintella Bezerra foi preso, após funcionários do Hospital da Mulher Heloneida Studart em Vilar dos Teles, São João de Meriti, município na Baixada Fluminense, filmarem o anestesista abusando de uma paciente durante o parto.
A equipe vinha desconfiando do seu comportamento e estranhava, por exemplo, a quantidade de sedativo aplicado nas grávidas. Funcionárias do hospital trocaram a sala de parto para conseguir filmar o flagrante. Giovanni foi indiciado por estupro de vulnerável, cuja pena varia de 8 a 15 anos de reclusão.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu um processo para expulsar o anestesista.
A Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde, a que o hospital está subordinado, repudiaram em nota a conduta do médico e informaram que uma sindicância interna será aberta para “tomar as medidas administrativas”.
“Esse comportamento, além de merecer nosso repúdio, constitui-se em crime, que deve ser punido de acordo com a legislação em vigor”, afirma a nota.
A polícia tenta descobrir outras possíveis vítimas de Bezerra.