Deputados repudiam ‘mamata’ de Bolsonaro com cartão corporativo
Uma auditoria sigilosa do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgada nesta sexta-feira (3) pela revista Veja, mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou ao menos R$ 21 milhões com cartões corporativos entre janeiro de 2019 e março de 2021.
De acordo com a reportagem, Bolsonaro usou R$ 2,6 milhões exclusivamente para a compra de alimentos para as residências oficiais do presidente e do vice, Hamilton Mourão – uma média de pouco mais de R$ 96.300 por mês.
O tribunal descobriu também que foram desembolsados R$ 2,59 milhões para alimentar seguranças e pessoal de apoio administrativo nas viagens do presidente e do vice pelo país.
Segundo deputados do PCdoB, a reportagem revela o descaso de Bolsonaro com a dramática situação enfrentada pela população brasileira, massacrada pelo aumento acelerado do custo de vida que tira da mesa alimentos básicos como feijão, arroz, óleo, pão e leite.
Em suas redes sociais, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) considerou “um deboche” a farra de gastos com dinheiro público, “enquanto o povo está passando fome e tendo que escolher entre almoçar ou jantar”.
“21 MILHÕES DE REAIS!!! Calma, não é o prêmio da Mega-Sena… É o montante que Bolsonaro gastou em seu cartão corporativo entre janeiro de 2019 e março de 2021 com ‘despesas secretas’. Bolsonaro gasta e o povo brasileiro paga”, escreveu no Twitter. Em seguida, ironizou: “E o pior: paga sem saber o que está pagando”.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), está tudo muito caro no Brasil, menos para Bolsonaro e o entorno de privilegiados que o rodeia.
“MAMATA SEM LIMITES!!! Auditoria do TCU mostra que Bolsonaro já gastou 21 MILHÕES nos cartões corporativos da Presidência, segundo a Veja”, tuitou o deputado.
Conta sigilosa
A auditoria aponta ainda que os ministros Paulo Guedes, Fábio Faria, Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos viajaram no avião presidencial – não para agendas públicas ou compromissos oficiais – mas para curtir feriados fora de Brasília ou assistir jogos de futebol em São Paulo e no Rio de Janeiro. O mesmo expediente foi utilizado por familiares e convidados do presidente.
A farra de gastos sempre foi mantida em segredo, pois 99% das despesas presidenciais pagas com estes cartões carregam o selo de confidencial.
Para chegar aos dados, os técnicos do TCU analisaram arquivos dos chamados recursos de suprimento de fundos, dinheiro destinado a custear despesas de caráter secreto pagas com cartões corporativos.