A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizou na quarta-feira (6) uma audiência pública sobre o caso do jornalista Julian Assange. A audiência contou com a participação, via videoconferência, de familiares do jornalista detido no Reino Unido. O evento foi realizado por requerimento do presidente da comissão, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

“Julian Assange está há 12 anos em privação de liberdade por ter revelado dados sigilosos que apresentavam graves violações de direitos humanos”, destacou Silva em seu pedido.

Assange está na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, e o Reino Unido autorizou sua extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a até 175 anos. A Casa Branca usa lei contra a espionagem da Primeira Guerra Mundial para processar o jornalista pela publicação de documentos e informações sigilosos que revelaram possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos em suas invasões no Iraque e no Afeganistão.

Em junho, a ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou o envio do jornalista para os EUA, processo de pedido de extradição que começou com o republicano Donald Trump e continua na gestão do democrata Joe Biden. A defesa recorre do caso.

“A maior ameaça à vida dele [Julian Assange] é o silêncio ao redor da situação. É um caso político. O Reino Unido tem uma ficção legal por meio da promotoria inglesa, mas aí é a extensão do que é claramente um caso político contra Julian, contra um jornalista que publicou informações verdadeiras que eram vergonhosas para o governo dos EUA”, destacou Stella Morris Assange, advogada e esposa do jornalista, durante a audiência pública.

Stella informou que Assange chegou a ficar seis meses sem ver seus advogados e está em uma cela solitária.
Orlando Silva classificou o caso de Assange como um “ataque à liberdade de imprensa” e afirmou que a Comissão de Direitos Humanos enviará uma representação ao governo britânico defendendo a liberdade do jornalista.