Ao rever os sigilos impostos por Bolsonaro nas ações que o ex-presidente tentou ocultar, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que ele usou a máquina pública para tentar ganhar as eleições no ano passado.

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil; os gastos exagerados com o cartão corporativo e a ação de bloqueio das estradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno eleitoral são alguns dos casos apontados pela CGU.

Foram analisados 254 processos de sigilo da administração anterior e pedidos emitidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Esses indícios só reforçam a tese que será usada no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tornar o ex-presidente inelegível por oito anos.

Ou seja, o Ministério Público Eleitoral (MPE) concluiu que Bolsonaro abusou do poder político ao acusar, sem provas, fraudes no sistema eleitoral em reunião com embaixadores.

Bolsonaro teria usado indevidamente a estrutura do Palácio da Alvorada e os meios de comunicação oficial do governo.

Para a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), a “revisão dos sigilos impostos em seu governo indica que houve mesmo uso da máquina pública nas eleições presidenciais de 2022, além de gestão potencialmente irresponsável na pandemia”.

Para ela, o balanço da CGU só “reforça a disposição para investigar e punir todos os desmandos e crimes da gestão passada”.

“Sigilos de Bolsonaro quebrados pela CGU indicam uso do Estado nas eleições de 2022. Outubro foi o mês da farra, liberação dos consignados do Auxílio Brasil. Gestão irresponsável na pandemia, motociatas pagas com cartão corporativo, tem todo tipo de abuso de poder político e econômico”, considerou a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.