A Polícia Federal (PF) não vai se limitar a questionar Bolsonaro sobre a investigação da falsificação do cartão de vacina contra Covid dele e da filha no depoimento que o ex-presidente deverá prestar nesta terça-feira (16).

De acordo com a colunista Bela Megale, de O Globo, a PF quer saber também do envolvimento dele com as movimentações financeiras do seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, preso na operação sobre a adulteração dos documentos.

Bolsonaro foi intimado após busca e apreensão feita na sua casa em Brasília. Na ocasião, a defesa pediu para remarcar o depoimento a fim de ter acesso aos autos.

Ao prender o ex-braço direito de Bolsonaro, os agentes encontraram na casa dele US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie.

Além disso, a PF identificou um depósito de R$ 400 mil feito na conta do militar em março do ano passado.
“A corporação apura se o dinheiro pode ter sido usado para fazer pagamento de despesas da família do ex-presidente”, diz a colunista.

Em outra frente, a PF avançou nas investigações sobre o envolvimento de mais bolsonaristas no em torno do ex-presidente que planejavam golpe de Estado.

Mensagens nesse sentido já foram reveladas envolvendo Mauro Cid, do ex-major Ailton de Barros, amigo do ex-presidente, e do coronel Élcio Franco.

Michele
Para piorar a vida do clã Bolsonaro, a PF descobriu a realização de depósitos em dinheiro vivo para a ex-primeira-dama Michelle. Os repasses eram operacionalizados por Mauro Cid.

A líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), diz que os áudios revelados evidenciam ainda mais as íntimas relações entre Cid e a família.

“Cid e outras pessoas pagavam as despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em dinheiro vivo. O ex-braço direito de Jair Bolsonaro chegou a comparar a situação ao esquema de rachadinha pelo qual o senador Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo MP do Rio. É escandaloso, mas, infelizmente, nada surpreendente”, considerou a líder.