Bolsonaro dá sinais de que pode não vir a aceitar o resultado das eleições. Tanto que segurou um relatório das Forças Armadas que não encontrou irregularidades nas urnas no primeiro turno.

“As conclusões do trabalho não foram apresentadas ao público, mas foram descritas ao presidente Jair Bolsonaro pelo Ministério da Defesa. O presidente, porém, não autorizou a divulgação dos resultados, segundo relatos feitos por três generais (dois do alto comando) a fontes da equipe da coluna”, revela a jornalista de O Globo Malu Gaspar.

Num gesto que irritou os militares, Bolsonaro sugeriu que eles se esforçassem mais, porque as informações não batiam com o que ele próprio soube a respeito do assunto. O trabalho envolveu amostra de ao menos 385 boletins de urna e um projeto-piloto com uso da biometria para testar 58 aparelhos.

Para evitar a divulgação dos dados que comprovam a segurança das urnas, o que põe abaixo suas argumentações contra o sistema eleitoral brasileiros, o presidente segurou o resultado para que fosse envolvido dados do segundo turno.

Contudo, o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas requisitou ao Ministério da Defesa uma cópia do relatório da auditoria realizada no primeiro turno e deu prazo de 15 dias para a entrega do documento. O pedido foi feito pelo subprocurador-geral do tribunal, Lucas Rocha Furtado.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro está proibindo a divulgação, porque “não há fraude na urna eletrônica”. “Sabe que vai perder e quer preparar uma arruaça pós-eleitoral. Será derrotado e irá em cana”, escreveu o deputado no Twitter.

Já o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) classificou o ato como “mais um ataque à democracia do governo federal”. “Bolsonaro está proibindo que o Ministério da Defesa divulgue o resultado do teste de confiabilidade das urnas eletrônicas que ele mesmo contratou. O relatório confirma o que mundo já sabia: não há fraudes no nosso processo eleitoral”, enfatizou.