O Congresso Nacional vai instalar na próxima terça-feira (23) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas do 8/1, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes.

Com a maioria dos membros indicados, a presidência da CPMI do Golpe ficará na Câmara dos Deputados e relatoria para o Senado.

O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) estão cotados para a presidência e relatoria do colegiado, respectivamente.

“A CPMI do 8 de Janeiro atingiu o quórum necessário para ser instalada. Falei há pouco com o senador Rodrigo Pacheco [presidente do Senado] e fui informado que a instalação do colegiado acontecerá na próxima terça-feira”, escreveu Arthur Maia no Twitter.

O parlamentar disse que vai trabalhar com isenção e responsabilidade tendo em vista a importância do tema para o Brasil. “A história merece ter um esclarecimento do que de fato aconteceu no 8 de janeiro”, disse.

Indicada como membro titular da comissão, a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), afirmou que o colegiado estará fortalecido pelo material já recolhido pela Polícia Federal (PF) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A líder diz que os integrantes da comissão podem aprofundar pontos absolutamente essenciais para desmembrar o esquema que teve início logo após o anúncio do resultado das eleições em segundo turno.

“Perguntas não faltam e, a partir de depoimentos de figuras do entorno do ex-presidente, poderemos alcançar os verdadeiros responsáveis pelos atos contra a democracia e a Constituição”, afirmou.

“Quem financiou os acampamentos, o transporte e toda a logística para sua manutenção? Com que objetivo? Até que ponto o período entre a derrota nas urnas e a fuga para a Flórida foi utilizado para, dentro do próprio Palácio do Planalto, impedir a posse de Lula e eternizar o derrotado e seu projeto no poder? Quem foram os autores intelectuais, quem incitou os crimes contra a democracia, contra as instituições, para deslegitimar as eleições, por danos ao patrimônio publico, por por associação criminosa, por tentar um golpe de Estado, por crimes de terrorismo?”, indagou.