A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, disse que sua pasta pretende alavancar um grande programa de formação de profissionais para atuar na área de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs).

O planejamento é voltado também para as chamadas tecnologia emergentes: Inteligência Artificial, Segurança Cibernética e Computação Quântica.

“Há déficit de 100 mil profissionais nas áreas. Número pode chegar a 500 mil em 2025”, previu a ministra durante audiência pública nesta quarta-feira (17) no Senado.

O debate foi uma iniciativa conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia (CCT), Educação (CE) e Infraestrutura (CI). A ministra foi convidada para falar sobre as ações planejadas pela pasta para os próximos dois anos.

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“O ministério está mobilizando todos os instrumentos que dispõe para implantar projetos estruturantes, que são estratégicos para modernizar a infraestrutura de pesquisa, transformar conhecimento em riquezas através da inovação, retomar o crescimento econômico, criar oportunidades de emprego e renda e ampliar o acesso da população aos benefícios da ciência e da tecnologia”, disse Luciana.

Ela afirmou que a portaria 6.998 estabeleceu as diretrizes para elaboração da Nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o período de 2023 a 2030, e que deverão orientar a atuação institucional dos órgãos e unidades que integram a estrutura do ministério.

São quatro eixos estratégicos: recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas; Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais; e Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social.

Com articulação no Senado, a ministra disse que se constrói um Marco Legal da Inteligência Artificial alinhado à inovação e ao desenvolvimento de novas tecnologias que podem se tornar a base da competitividade nacional.

A ministra falou do projeto de se consolidar o Complexo Industria da Saúde para o desenvolvimento de medicamentos, fármacos, hemoderivados e reagentes para diagnósticos. Há déficit de importação na área de R$ 22 bilhões.

Com a Rede Pró-IFA, Luciana diz que o Brasil pode se tornar hub internacional na produção de Insumos Farmacêuticos Ativos.

Outras ferramentas estão sendo desenvolvidas para atenuar as situações climáticas e de desastres naturais, entre as quais, o Simulador Nacional de Políticas Setoriais e Emissões (SINAPSE) e a expansão e aperfeiçoamento do Sistema de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais do Cemaden que vai atingir 1.835 municípios e 70% da população brasileira.

Hidrogênio verde

De acordo com a ministra, um dos grandes destaques no planejamento é o financiamento da pesquisa para ampliar a participação do hidrogênio na matriz energética brasileira.

No âmbito do Programa Nacional do Hidrogênio, o MCTI trabalha no fortalecimento das bases científicas e tecnológicas.

“Sistema Brasileiro de Laboratórios de Hidrogênio: 13 laboratórios. Objetivo é ampliar o sistema, aprimorando a infraestrutura de Instituições Científicas e Tecnológicas e capacitação de recursos humanos”, disse a ministra

Para popularizar a ciência, Luciana anunciou a realização da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia: maior evento de popularização da ciência do país.  Edital de R$ 15 milhões será lançado para fortalecer o evento, que sofreu forte redução do número de participantes nos anos anteriores.

Reconstrução

O líder do governo no Congresso, senador Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), destacou os poucos meses de trabalho da ministra.

“Luciana está dirigindo a pasta com total excelência e competência. Em cinco meses, nós já reajustamos as bolsas de mestrado e doutorado, algo que foi possível ser realizado com apoio do Congresso na PEC da Transição”, lembrou.

“Na prática o que a Luciana está fazendo, sob a orientação do presidente Lula, e agora com o valor de R$ 9,1 bilhões para investimentos, é a reconstrução da política de ciência e tecnologia”, completou.