Brasília, sexta-feira, 11 de novembro de 2022 - 13:44
POLÍTICA
Reação de mercado às falas de Lula não passa de histeria ultraliberal
Por: Iram Alfaia
O setor financeiro entrou em polvorosas após o presidente eleito questionar “a tal estabilidade fiscal” em detrimento dos investimentos sociais.

O cientista político Sergio Abranches interpretou bem o atual momento ao dizer que “não passa de histeria ultraliberal” a reação negativa do mercado às falas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre estabilidade fiscal. No tocante ao tema, Lula disse que é preciso colocar a questão social na frente de assuntos que interessam apenas aos executivos da Faria Lima.
Aliás, a fala dele não pode causar surpresa. O presidente eleito vem exaustivamente defendendo que é preciso acabar com a fome que atinge 33 milhões de brasileiros e brasileiras. Para isso, o Bolsa Família de R$ 600 e o reajuste do salário mínimo precisam ficar fora do teto de gastos.
“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos? Por que as mesmas pessoas que discutem teto de gastos com seriedade não discutem a questão social neste país?”, indagou Lula nesta quinta-feira (10) em discurso a parlamentares no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Ele ainda chorou no evento ao falar sobre a pobreza: “Jamais esperava que a fome voltasse neste país”.
O presidente eleito mandou outro recado ao sair da reunião: “O mercado fica nervoso à toa. Eu nunca vi um mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso durante quatro anos [do governo] Bolsonaro”, afirmou.
“Financiaram Bolsonaro e perderam. Agora querem definir o que o presidente eleito deve dizer e fazer. Em breve se adaptam ao novo ambiente e descobrem como lucrar nele”, observou Abranches.
A economista Monica de Bolle também criticou a postura dos especuladores. “Os assédios do mercado para manter o Teto iníquo e moribundo nesse momento de reconstrução do país é imoral e irresponsável. Esse tipo de assédio precisa acabar e todos precisam entender que o ‘mercado’ em sua maioria é curtoprazista e fútil”, disse a pesquisadora sênior do Peterson Institute for Internacional Economics.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) avaliou a atual situação como desfaçatez. “Noticiário em manada dizendo que a Bolsa caiu e o dólar subiu porque Lula falou que o pobre tem que caber no orçamento. Conversa! Lula já disse: previsibilidade e confiabilidade. Esqueceram que teve outro problema: INFLAÇÃO DESCONTROLADA DO BOLSONARO!”, postou no Twitter
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também criticou o alarido: “Estão dizendo que o mercado reagiu mal ao discurso de Lula porque enfatizou investimentos na área social em detrimento do equilíbrio fiscal. Não foi o que ele disse. Mas onde estavam quando Bolsonaro fez a gastança na pré-campanha eleitoral? Comparem a gestão Lula com o desastre de Bolsonaro”.
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