Ao menos três carros e cinco ônibus foram queimados durante os atos de vandalismo ocorridos em Brasília, na noite desta segunda-feira (12), promovidos por apoiadores de Bolsonaro. Eles também tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) na capital. No entanto, segundo a PF não há novas informações sobre os atos e conforme a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) nenhuma pessoa foi presa.

Deputados do PCdoB repudiaram os atos e cobram identificação e punição dos responsáveis.

O líder da legenda, deputado Renildo Calheiros (PE), afirmou que as ações dos apoiadores de Jair Bolsonaro são inaceitáveis. “Vândalos, apoiadores de Bolsonaro, tentaram instaurar o caos, o medo. Mas esse ódio não venceu e não vencerá. Serão identificados e punidos. É hora de olharmos para os desafios que temos na reconstrução desse país, arruinado por Bolsonaro”, afirmou Renildo.

O deputado Daniel Almeida (BA) afirmou que o quebra-quebra, a tentativa de invasão da PF e os carros incendiados “não são manifestações legítimas”. “Repudiamos a violência desses atos antidemocráticos e que ameaçam a nossa democracia. Não aceitaremos!”

Os atos de vandalismo ocorreram horas depois da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do seu vice, Geraldo Alckmin. Na ocasião, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, enfatizou que atos antidemocráticos e violentos serão punidos. Isso porque desde o fim das eleições, apoiadores de Bolsonaro vêm promovendo protestos, fechando estradas e se mantêm acampados em frente aos quartéis.

A deputada Jandira Feghali (RJ) lembrou a fala de Moraes ao comentar os atos da noite desta segunda. “Ontem Alexandre de Moraes afirmou que atos antidemocráticos e violentos serão punidos. Hoje, amanhecemos ainda sob o choque de um ataque à sede da PF. O motivo? Grupos raivosos não aceitam decisões judiciais. Terão que aprender a respeitar a justiça. A democracia prevalecerá!”, afirmou a parlamentar.

Para o deputado Márcio Jerry (MA), “os terroristas de Bolsonaro e ele próprio terão o destino que a Constituição e as leis definem para criminosos: punição, inclusive com prisão”. O parlamentar responsabilizou o atual presidente pelos atos que classificou de criminosos.

Para o deputado Orlando Silva (SP), Bolsonaro tem o dever legal de condenar os atos. “Não se trata de vontade, mas de força da lei. Do contrário, é conivente, senão cúmplice, da criminalidade. 2023 virá, inexoravelmente. E, com ele, a lei”, afirmou.

Bolsonaro, no entanto, continua em silêncio. Para a deputada Perpétua Almeida (AC), há tolerância no tratamento aos “manifestantes bolsonaristas”.

“Menos de 100 criminosos bolsonaristas queimaram ônibus e carros em Brasília, tudo filmado e divulgado. Sabe quantos presos? Nenhum! Não é impressionante a tolerância da PM/DF com terroristas e bandidos? E o silêncio do ministro da Justiça e do próprio Bolsonaro?!”, criticou.

Para a deputada Professora Marcivânia (AP), o final do “desgoverno de Bolsonaro é condizente com os quatro anos de sua passagem pelo Planalto: tosco, raivoso, inconsequente e vândalo”. “Os atos terroristas em BSB não têm só a digital, tem o corpo todo do atual presidente da República envolvido e merece punição exemplar para que nunca mais se repita”, afirmou.

Já a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) classificou o vandalismo dos bolsonaristas de “atos antidemocráticos, golpistas”. “Grupos raivosos queimando carros de trabalhadores e tocando fogo em ônibus com gente dentro. É arruaça, é terrorismo! Não é protesto, não são manifestantes, são vândalos. Lamentável!”, escreveu no Twitter.