Há 1825 dias, as perguntas “Quem mandou matar Marielle e Anderson”, e “Por quê?” reverberam nas redes sociais. Nesta terça-feira (14), data em que os assassinatos completam cinco anos, os questionamentos foram reforçados por políticos, jornalistas, ativistas, artistas. Deputados do PCdoB se somaram às vozes que indagam as razões e os mandantes do crime contra a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

“Cinco anos sem resposta: Quem mandou matar Marielle e Anderson? Por quê? Por que tantas trocas na investigação? Por que a família não pode ver o inquérito? Exigimos respostas”, afirmou a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ).

Em sua conta no Twitter, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também se manifestou. “Cinco anos sem resposta, sem justiça e sem conclusão para um crime político que fere a nossa democracia! Cinco anos é tempo demais!”

Para Daniel Almeida (PCdoB-BA), a luta justiça seguirá até que os culpados paguem pelos crimes. “5 anos que a pergunta ecoa sem resposta: Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson? Os motivos e mandantes dos assassinatos ainda são desconhecidos. Porém, a luta por justiça seguirá até que os culpados paguem pelos crimes. Não há mais espaço para impunidade”, destacou o parlamentar.

Em fevereiro, o ministro da Justiça, Flavio Dino, anunciou a intensificação na parceria entre a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para desvendar os assassinatos.

“Há 5 anos, uma pergunta que paira: quem mandou matar e por quê? A força de Marielle sobrevive em cada mulher negra, em cada jovem da periferia que luta por um Brasil justo”, destacou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
“Cinco anos se passaram e a pergunta segue a mesma: quem mandou matar Marielle? Que neste 14 de março seu legado e sua história possam ser lembrados”, reagiu a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS).

O caso

Em 14 de março de 2018, Marielle e Anderson foram mortos a tiros no centro do Rio de Janeiro. As investigações levaram, em março de 2019, à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora; e o ex-policial militar Elcio de Queiroz, que dirigia o carro que emparelhou com o de Marielle. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.

Até hoje, a prisão da dupla permanece como fato de maior destaque das investigações. Na ocasião, tanto o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como a Polícia Civil, responsáveis pelo caso, afirmaram que a motivação do crime seria esclarecida na segunda fase da investigação, o que ainda não ocorreu.

O primeiro inquérito, que concluiu a participação de Lessa e Queiroz, não conseguiu definir se eles agiram sozinhos ou a mando de alguém. Outro inquérito foi aberto, mas desde 2019 não há novidades sobre os mandantes.

Nos últimos cinco anos, o Caso Marielle já foi comandado por cinco delegados diferentes e três equipes de promotores. A última mudança aconteceu há cerca de 10 dias, quando o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, escolheu sete novos promotores para integrar a força-tarefa coordenada por Luciano Lessa, chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As trocas constantes de comando receberam críticas de familiares e movimentos sociais nesses cinco anos, e levaram a suspeitas de obstrução nas investigações.

O novo comando do MPRJ disse estar comprometido em “não chegar a uma conclusão açodada, divorciada da realidade, mas de realizar um trabalho técnico e sério, voltado para identificar todos os envolvidos”. Sobre os mandantes e o motivo dos assassinatos, afirma que as dificuldades são maiores por ser “um crime onde os executores são profissionais, que foram policiais militares, que sabem como se investiga”.