Setores econômicos cobram oferta maior de crédito e retomada do crescimento

Brasília, terça-feira, 21 de junho de 2022 - 17:8

POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Setores econômicos cobram oferta maior de crédito e retomada do crescimento


Por: Agência Câmara

A deputada Perpétua Almeida, que sugeriu o seminário, lembrou que o papel dos bancos e do mercado de capitais no financiamento de longo prazo voltou ao debate.

Representantes dos bancos, da agricultura, da indústria e do comércio avaliam que uma expansão do crédito no Brasil para os patamares das nações mais ricas dependerá de estabilidade econômica, equilíbrio fiscal e reformas. As conclusões surgiram em seminário realizado nesta terça-feira (21) na Câmara dos Deputados.

Em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), o crédito mais do duplicou entre março de 2004 e dezembro de 2015, mas passou a cair e só retomou aquele nível em dezembro de 2021. Em vários países, ressaltaram os representantes do PIB brasileiro durante o seminário, os empréstimos na economia superam 100%.

O presidente Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira, acredita que a aprovação de um novo marco legal das garantias (PL 4188/21) poderá ajudar a expansão do crédito. A proposta do Poder Executivo foi aprovada com mudanças pela Câmara neste mês e está em análise no Senado.

“Os bancos públicos e privados chegaram a emprestar R$ 9,1 trilhões nesses dois anos e meio de pandemia [de Covid-19]”, informou Isaac Ferreira, ao comentar os resultados do setor financeiro no País desde 2020. “Estamos com uma carteira de crédito crescendo a volumes expressivos, já chega a R$ 5 trilhões”, destacou.

Mas, para o presidente da Febraban, “não existe segredo nem mágica”, e uma maior oferta de dinheiro para investimentos apenas ocorrerá se estiver associada à estabilidade econômica e à segurança no ambiente de negócios. Esses são dois dos fatores que interferem nos custos dos bancos ao realizar os empréstimos.

O gerente-executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Carraro Telles, observou que, também na pandemia, o crédito no País só “destravou” quando o governo decidiu zerar o IOF. Essa foi uma das medidas emergenciais adotadas no momento de crise.

Em crítica similar, o vice-presidente financeiro da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Leandro Domingos Teixeira Pinto, afirmou que é urgente uma reforma tributária.

O Congresso Nacional discute iniciativas próprias e do Executivo sobre o assunto, mas ainda não chegou a um consenso.

Políticas públicas

O seminário foi promovido pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços. “A comissão tem debatido a necessidade de o Brasil ter políticas industrial e de desenvolvimento econômico, e precisamos de uma política de financiamento, para que o País possa crescer gerando emprego e renda”, explicou o presidente do colegiado, deputado Sidney Leite (PSD-AM).

Primeiro-vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o deputado José Mário Schreiner (MDB-GO) disse que o crédito público continua fundamental no País. Segundo a CNA, a próxima safra exigirá, a partir de julho, R$ 22 bilhões do Tesouro Nacional para equalização de taxas de juros.

Esse subsídio dado aos produtores consumiu, na safra que está terminando, cerca de R$ 13 bilhões. Por meio da equalização, o governo cobre a diferença entre as taxas de juros praticadas pelos bancos e as taxas efetivamente pagas pelo campo. Desse modo, os juros na agricultura terminam menores do que os do mercado.

Sustentabilidade

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), ao sugerir o seminário, lembrou que, após a crise financeira internacional em 2008, o papel dos bancos e do mercado de capitais no financiamento de longo prazo voltou ao debate. “Ganhou ainda maior relevo a contribuição para o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que reúne financiadores de longo prazo, já atua nessa direção. “São cinco missões: futuro digital, inteligente e inclusivo; agronegócio engajado; infraestrutura e cidades sustentáveis; saúde como motor do desenvolvimento; e ecossistema de inovação em bioeconomia e para a Amazônia”, disse a presidente da ABDE, Jeanette Halmenschlager Lontra.

No seminário, a economista especializada em desenvolvimento internacional Stephany Griffith-Jones, hoje uma das conselheiras do Banco Central do Chile, ressaltou a importância dos bancos de desenvolvimento, mas considerou tímida a atuação do BNDES em medidas anticíclicas nas últimas crises internacionais.

Outro convidado internacional no seminário, o economista Barry Eichengreen, professor da Universidade de Berkeley e ex-consultor sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI), analisou o sistema financeiro mundial. Segundo ele, o dólar vem perdendo importância como principal moeda nas reservas internacionais.









Últimas notícias

Notícias relacionadas

Sobre nós
Contatos

Área Restrita
Login
Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados
Praça dos Três Poderes, Câmara dos Deputados, anexo II, sala T-12
Brasília-DF - 70160-900 - Telefone: 55 (61) 3215-9732
ascompcdobcd@gmail.com