A vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, foi indicada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do futuro governo.

O anúncio de sua indicação ocorreu nesta quinta-feira (22), no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

“É uma honra – um trabalho que assumo com muito compromisso e com muita disposição”, disse Luciana, que será a primeira mulher a chefiar o Ministério da Ciência e Tecnologia. “Depois de quatro anos de negacionismo, a Ciência vai voltar a ser prioridade”, completou.

A indicação da presidente do PCdoB para o ministério, considerado estratégico pela sigla por coordenar políticas nas áreas de pesquisa científica, tecnológica e de incentivo à inovação, foi celebrada por integrantes da Bancada do partido na Câmara dos Deputados.

“É com alegria que vejo Luciana assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia no governo Lula”, afirmou o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE).

Em suas redes sociais, o parlamentar ressaltou que esta é uma das áreas caras na atuação da legenda e manifestou sua confiança de que, no comando do ministério, Luciana Santos “desempenhará um papel fundamental na reconstrução desta Pasta tão importante para o desenvolvimento do nosso país”.

Renildo lembrou que, sob Bolsonaro, o país enfrentou quatro anos em que a ciência e a tecnologia foram abandonadas. “Perderam espaço, recursos. Bolsas de pesquisa foram congeladas. Um descaso completo. Agora, voltaremos a dar a essas áreas a importância que elas têm. Vamos brigar pela recomposição do orçamento do ministério, pelo reajuste das bolsas de pesquisa”, enfatizou.

Ele também citou que, entre as prioridades da futura ministra, deve estar a luta pela revogação ou devolução da MP de Bolsonaro que limita o uso dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “São muitas as ações a serem tomadas, mas Luciana conduzirá o Ministério da Ciência e Tecnologia com maestria. Parabéns, Lu!”.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também usou as redes sociais para comemorar a indicação. “Nossa ministra! Viva as mulheres, a ciência e a pesquisa!”, escreveu a parlamentar, ao repostar um tuite de Luciana Santos.

“Quero parabenizar a presidenta do nosso partido, Luciana Santos, pela nomeação como ministra da Ciência e Tecnologia, uma área que o PCdoB sempre defendeu como estratégica para a soberania e desenvolvimento do país”, destacou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) parabenizou Luciana pela indicação e registrou o ineditismo dela ser a primeira mulher a ocupar o posto.

“Parabéns minha presidenta @lucianasantos_65 Primeira mulher ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo Lula. Área estratégica e fundamental para o desenvolvimento do país, tenho certeza que Luciana exercerá um trabalho de excelência a frente da pasta. Vamos em frente!”, escreveu no Twitter.

Na mesma linha, o deputado Marcio Jerry (PCdoB-MA) felicitou a futura ministra: “Parabéns a @lucianasantos_65, minha amiga, companheira e presidente do meu partido @pcdob_oficial No Ministério de Ciência e Tecnologia @mcti certamente mostrará as qualidades de grande líder política e gestora que te trouxeram até aqui”, diz a postagem em seu perfil.

Luciana Santos é formada em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e teve sua trajetória de lutas iniciada no movimento estudantil, tendo sido dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

A presidente do PCdoB foi prefeita de Olinda por dois mandatos, deputada estadual e deputada federal. Na Câmara dos Deputados, foi membro da Comissão de Ciência e Tecnologia. Foi secretária de Ciência e Tecnologia de Pernambuco no governo Eduardo Campos (2009 a 2010). Também foi a primeira mulher a ser vice-governadora de Pernambuco.

Ciência & Tecnologia

Criado em 1985, em meio à redemocratização do Brasil, o ministério entrou em virtual colapso na gestão de Jair Bolsonaro.

Em 2010, a pasta tinha R$ 11,5 bilhões de recursos discricionários, valor que caiu para R$ 2,7 bilhões em 2021, com Bolsonaro. A verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) caiu, no mesmo período, de R$ 5,5 bilhões para R$ 1 bilhão.