Bolsonaro chega ao fim do mandato com um apagão generalizado na máquina pública e sob o risco de não pagar os aposentados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). De acordo com levantamento do jornal Folha de S.Paulo, só há no caixa em dezembro R$ 2,4 bilhões para custear as despesas discricionárias dos órgãos, o que inclui compra de materiais e pagamento de contratos.

O bloqueio das contas de R$ 15,4 bilhões sobre recursos de ministérios e verbas carimbadas por parlamentares esvaziou o caixa em dezembro.

“O governo ainda não sabe como vai conseguir pagar integralmente a folha de dezembro do INSS, pois não tem autorização do Congresso para cortar de vez as emendas de relator (leia-se orçamento secreto) e remanejar os recursos para as aposentadorias. Esses benefícios tiveram crescimento significativo em 2022 após uma força-tarefa para reduzir a fila de requerimentos”, diz reportagem da publicação paulista.

A situação é crítica em todas as áreas. Na Saúde, o governo determinou um novo bloqueio de R$ 1,4 bilhão, elevando o total congelado para gastos a R$ 3,8 bilhões. A Pasta da Educação tem apenas R$ 466 milhões disponíveis para fazer empenhos.

De acordo com a Folha, a situação deve obrigar o atual governo a pegar carona na PEC do Bolsa Família para conseguir furar o teto de gastos e fechar a conta.

“Zerou os cofres públicos. E adivinha quem paga a conta?! Governo deixa INSS sem recursos para pagamento de aposentadorias. Prioridades né?!”, criticou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), disse que a palavra “apagão” é a que melhor define o fim do governo Bolsonaro. “Denunciamos desde o início seu descompromisso com o país. Mas agora, os rombos que sua gestão deixará ficam a cada dia mais claros. Lula receberá um Estado com cenário de iminente apagão da máquina pública”, afirmou.

“Bolsonaro tem apenas R$ 2,4 bi para custear as despesas discricionárias dos órgãos. Aposentados correm o risco de ficar sem o benefício integral em dezembro. Educação, saúde somam cortes de recursos e estão à beira de colapso. Um completo absurdo que impacta o dia a dia da população e demonstra o pouco caso deste governo com o país”, completou Renildo.