Há 59 anos, uma ditadura militar se instalava no Brasil. Foram 21 anos de perseguições, privações das liberdades individuais e coletivas, mortes, desaparecimentos, violência, tortura, censura. Anos de chumbo. Neste 31 de março, quando o Brasil, após reeleger Lula – depois de quatro anos de retomada fascista sob Bolsonaro –, retoma a defesa da Constituição, das instituições e da democracia, deputados do PCdoB reafirmam seu compromisso na defesa do Estado Democrático de Direito, com um país livre do ódio e da violência, e destacam a importância de se lembrar do golpe de 1964 para que ele nunca mais se repita.

“Esta é uma data mais infames. Fecharam Congresso, sindicatos. Data em que se iniciou censuras, perseguições, desaparecimentos, mortes. Mortes de pessoas que se rebelaram contra a violência e, com coragem, lutaram. Entre essas pessoas, muitas eram do PCdoB, democratas, socialistas, pessoas que não aceitaram esse tipo de regime. Em nome dessas pessoas, vamos sempre enfrentar todos os tipos de retrocesso. Vamos exigir punição a todos os que ainda a defendem. E aproveito para homenagear o retorno da Comissão da Anistia pelo governo Lula. Essa reparação histórica é essencial”, destacou a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ).

Nesta quinta-feira (30), o governo Lula realizou a primeira sessão de julgamentos da Comissão da Anistia, que analisa e investiga as perseguições durante a ditadura. Estima-se que 95% dos pedidos de reparação analisados pela Comissão nos governos Temer e Bolsonaro foram negados. “Agora, é hora de rever os casos e fazer justiça”, reiterou Jandira.

Para o vice-líder do governo na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), este 31 de março é mais uma oportunidade de se reafirmar a defesa do Estado Democrático de Direito. “Relembrar o golpe de 64 faz com renovemos nossas forças na luta contra retrocessos e em defesa da democracia no Brasil. É dia para ser sempre lembrado, jamais celebrado, para que nunca mais aconteça. Para que as novas gerações saibam o que é viver sob o manto de uma ditadura, do autoritarismo, da censura e da tortura. Não permitiremos que essa história nefasta se repita no Brasil”, enfatizou.

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) destacou que esta é uma data que o Brasil nunca mais esquecerá, pois marca um período que “agrediu o Brasil, o Parlamento, o Judiciário, que colocou pessoas indevidamente na prisão, que as assassinou”.

Jerry lembrou ainda a tentativa recente vivida no país de ressuscitar o golpe, quando no dia 8 de janeiro, apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram os Três Poderes. “Quiseram ressuscitar no dia 8 de janeiro, mas foi repelido pela democracia. Acreditamos num Brasil democrático, de respeito a cada cidadão da nossa pátria. Ditadura nunca mais. Temos que reforçar nesta data nossa convicção na democracia”, disse Jerry.

Vice-líder do governo no Congresso, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) afirmou que nesta data é preciso “rememorar o sacrifício” daqueles que lutaram pela democracia. Mas lembrou que não podemos baixar a guarda, que é preciso se manter atento para que novas tentativas golpistas não tenham sucesso.

“Sempre estivemos na trincheira dessa luta, fazendo todas as batalhas necessárias e conseguimos superar a ditadura. 31 de março é uma data para se lembrar, para que nunca mais aconteça. Em 2018, tivemos uma nova ameaça. Um descuido, e o ódio, a violência, e inúmeras tentativas de golpe foram ensejadas nesses quatro últimos anos. Isso nos lembra que é importante sempre estarmos vigilantes. Felizmente, superamos esse quadro em 2022. Que tenhamos força para defender a democracia, valorizar as relações institucionais, e que nunca mais tenhamos ditaduras, mortes, desaparecidos e que nosso governo volte a discutir temas que humanizem as relações políticas, que cuidem dos mais pobres e defenda nossa democracia”, disse.

“59 anos depois do golpe, ainda temos viúvas da ditadura exortando aquele movimento que levou milhares presos, desaparecidos, que matou muita gente em nosso país. Foi combatendo a ditadura que aprendi a lutar e reafirmo: ditadura nunca mais, Bolsonaro nunca mais! Que possamos sempre exaltar a liberdade e a democracia”, disse a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Na avaliação da deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), a ditadura militar devastou o país com sua política de repressão, deixando um rastro de violência, censura e perseguição.

"Os atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro são um exemplo claro de como a sombra do autoritarismo ainda afeta nossa sociedade. Infelizmente, o bolsonarismo é uma política retrógrada que se fundamenta no que existiu de mais cruel durante o período ditatorial: a tortura e a morte. Precisamos nos unir em defesa da democracia e lutar contra qualquer tentativa de retrocesso em nosso país", afirmou.