Brasília, quarta-feira, 17 de agosto de 2022 - 12:4
POLÍTICA
Aplausos em posse de Moraes no TSE reafirmam confiança nas urnas
Por: Walter Félix
Ministro é aplaudido de pé quando defendeu eleições, urnas e democracia ao assumir presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Para deputados do PCdoB, posse histórica é antídoto contra golpismo de Bolsonaro.

O ministro Alexandre de Moraes tomou posse nesta terça-feira (16) como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na cerimônia, que reuniu 2 mil convidados na sede da Corte, em Brasília, ele foi aplaudido de pé ao fazer um discurso firme em defesa da urna eletrônica e da lisura do sistema eleitoral brasileiro.
O novo presidente do TSE condenou discursos de ódio e quem usa o argumento da “liberdade de expressão” para propagá-los. Ele afirmou também que vai combater a disseminação de fake news durante o processo eleitoral.
“Somos uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular, estando entre as quatro maiores democracias do mundo. Mas somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional”, disse.
Moraes falou diante do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já atacou diversas vezes o sistema eleitoral sem apresentar provas. Durante toda a cerimônia, o chefe do Executivo permaneceu visivelmente desconfortável e mais parecia um “peixe fora d’água”.
Repercussão
O incômodo do presidente da República foi registrado por deputados da Bancada do PCdoB.
Para o líder do partido na Câmara, Renildo Calheiros (PE), o desconforto de Bolsonaro na posse do ministro “era visível”. “Num discurso de exaltação à democracia e respeito ao resultado das urnas, apenas ele não aplaudiu. Não nos espanta. Pequenos gestos que reforçam a falta de apreço do atual presidente a algo que lutamos tanto para ter. Mas dia 2 de outubro está chegando. Vamos mudar a realidade do nosso país!”, escreveu no Twitter.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) usou a rede social para comentar o isolamento de Bolsonaro. “Aplaudido por todos, menos pelo coiso, o discurso de Alexandre de Moraes defendeu claramente a lisura do sistema eleitoral brasileiro, em contraste claro à postura do bozo e de seus aliados de ataques às urnas. Vamos juntos por eleições limpas e sem fake News”, disse.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) considerou a posse do ministro uma cerimônia “histórica”. “O prestígio do evento mostra a força do sistema eleitoral e respeito da sociedade e da comunidade internacional à democracia. Bolsonaro está humilhado. Sua retórica golpista, desmoralizada. BRAVATEIRO!”, postou em sua conta no Twitter.
“Todos aplaudem o histórico discurso de posse do ministro Alexandre de Moraes. Menos Bolsonaro. Não, não merecemos isso! O Brasil é maior do que essa criatura”, ressaltou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC).
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ironizou: ‘“Liberdade de expressão não é liberdade de destruição da democracia’, Ministro Alexandre de Moraes. Será que o coisa ruim ouviu ou está dormindo em plena posse no TSE?”.
Segundo o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), Moraes defendeu a democracia e combateu os ataques que ela vem sofrendo. “O ministro enalteceu a lisura do pleito e a confiança nas urnas eletrônicas. Posição fundamental em defesa das eleições”, frisou.
“Precisamos de eleições limpas, justas, sem candidatos que atacam a credibilidade das urnas por medo do resultado que pode vir”, disse, em referência aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.
Autoridades presentes
O mandato do novo presidente do TSE será de dois anos. Moraes assume o lugar de Edson Fachin, que ocupava o cargo desde fevereiro. O ministro Ricardo Lewandowski assume como vice-presidente da Justiça Eleitoral.
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ele tem atuado de maneira firme no combate às fake news, na defesa da democracia e comandará a eleição de outubro.
A solenidade de posse teve ainda a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e José Sarney. Também compareceram o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do STF, Luiz Fux, além de outros ministros do Supremo, deputados, senadores e 22 governadores.
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