Ministra quer atrair pesquisadores que estão na Argentina e nos Estados Unidos

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, disse que, dada a conjuntura atual, o governo fará um programa específico para atrair pesquisadores brasileiros que estão na Argentina e nos Estados Unidos. A ministra foi convidada para falar sobre os planos da pasta para o ano na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara.
Luciana Santos disse que já existe um programa, o Conhecimento Brasil, para atrair pesquisadores que estão no exterior para voltar para o País ou para integrar redes de pesquisa conjuntas. Ela disse que 2.500 pesquisadores se interessaram pelo programa, sendo que 573 manifestaram o desejo de voltar para o Brasil.
Segundo a ministra, em dois anos, o governo conseguiu investir seis vezes mais no setor que no período do governo anterior. E também fez referência ao aumento das bolsas do CNPq em 40%. Outros pontos destacados pela ministra foram:
- ampliação do projeto Sirius com dez novas estações de pesquisa
- construção do laboratório Órion, de contenção biológica, que fará estudos sobre patógenos
- construção do reator multipropósito para produção de radiofármacos em parceria com a Argentina
- projeto CBERS, em parceria com a China, para lançamento de satélite meteorológico e de observação
- construção de 19 infovias estaduais (fibra óptica)
- ampliação de áreas de monitoramento de desastres do Cemaden
- projeto Nova Indústria Brasil (NIB) – R$ 26,4 bilhões investidos de um total de R$ 56 bilhões. 2.176 projetos contratados para modernização da indústria
- retomada da Ceitec, empresa que fabrica semicondutores e que deve entrar agora na produção de chips.
Luciana Santos disse ainda que o plano de investimentos em Inteligência Artificial é de R$ 23 bilhões até 2028.
“Quando a gente compara com os investimentos da comunidade europeia, nós temos o mesmo investimento da comunidade europeia. Ou seja, não é algo acanhado ou para fazer de conta, é de ir com força, é para valer que nós estamos entrando no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial”, disse.
A ministra explicou que estão sendo desenvolvidas 35 soluções de software para o uso da Inteligência Artificial e para a IA em português. Também destacou que o supercomputador Santos Dumont passou da posição 500 para a posição 100 no mundo.
Outra ação que o ministério tem atuado, de acordo com a ministra, é para a formação de jovens em tecnologia da informação e, especialmente, o aumento da participação das mulheres no setor, que hoje é de 15,7%. Para a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o ministério está atuando na construção do Museu das Amazônias em Belém (PA).
Como prioridades legislativas, ela destacou o projeto que altera a Lei do Bem (PL 4944/20), o que aumenta recursos para o FNDCT (PL 5876/16) e o que regulamenta o uso da Inteligência Artificial (PL 2338/23).