O requerimento teve 175 assinaturas validadas. Conforme o regimento da Câmara, é preciso o apoio de um terço do total de deputados (171 assinaturas) para o pedido de instauração da CPI. Cabe agora ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhar a questão.

Apresentado pelos partidos de oposição, o pedido de CPI tem como base os diálogos que revelam relações próximas entre Moro e membros do Ministério Público Federal do Paraná, revelados em uma série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brazil.

Os parlamentares apontam que as mensagens entregues ao Intercept revelam “conluio para fraude processual, manipulação de provas para condenar acusados, prevaricação com o uso das operações para lucro pessoal e anseios políticos”.

Assinam o requerimento os deputados federais André Figueiredo (PDT-CE), Alessandro Molon (Rede-RJ), Daniel Almeida (PCdoB-BA), Ivan Valente (PSOL-SP), Jandira Fechali (PCdoB-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Tadeu Alencar (PSB-PE).

Para a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali, a instalação da CPI é uma resposta institucional necessária às denúncias reveladas pelas publicações do Intercept. “Agora, queremos a instalação imediata da CPI. Até porque existem três vagas de CPI e exatamente três pedidos”, assinalou.

Em vídeo divulgado no Twitter, a parlamentar explicou que os signatários do pedido pretendem fazer uma investigação “séria e equilibrada”. “Não se trata de perseguir ninguém, mas aprofundar as investigações sobre o comportamento do ex-juiz Moro, do sr. (Deltan) Dallagnol e aqueles que estão envolvidos nas denúncias, porque nós precisamos salvar a democracia brasileira”, afirmou.

“Queremos saber se houve violação da Constituição, do Código de Ética da Magistratura, do Estatuto do Ministério Público, se delações foram negociadas, se pessoas inocentes foram feitas de réu. Isso tudo precisa ser esclarecido", explicou Jandira.

O requerimento também destaca que mensagens atribuídas a Dallagnol colocam em dúvida a solidez da denúncia contra o ex-presidente Lula, no caso do tríplex do Guarujá. O texto destaca, ainda, o papel de Sergio Moro na coordenação de trabalhos investigatórios.