Deputados criticam ação de policiais em reunião de professores no AM
Os policiais chegaram pouco antes da reunião marcada para às 17h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Amazonas (Sinteam). Eles passaram meia hora fazendo perguntas sobre a manifestação e diziam estar presentes ao local a mando do Exército.
“Eles disseram que estavam a mando do Exército Brasileiro, que está cuidando da segurança do presidente (…) Nós explicamos que todas as nossas manifestações são pacíficas. E que vamos exercer nosso direito democrático de discordar das ações do governo, pois entendemos que o estado, do jeito que está, não pode ficar”, disse ao BNC Amazonas a presidente do Sinteam, Ana Cristina.
Presente à reunião, o historiador e ex-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick disse aos policiais que "o que eles estavam fazendo na sede do sindicato era um ato atípico. E eles responderam que, para eles, o que nós estávamos fazendo é que era atípico".
“Isso é gravíssimo, inaceitável! Por mais que muitos não queiram, ainda existe uma Constituição nesse país e ela garante o direito de reunião e manifestação. A PF e o Ministério da Justiça devem explicações urgentes”, protestou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
A vice-líder da Minoria na Câmara, Alice Portugal (PCdoB-BA), considerou a ação uma grave ameaça à democracia.
“A Constituição Federal garante o direito de reunião, de manifestação de ideias, da liberdade de pensamento e expressão. Essa ação com os professores em Manaus é uma grave ameaça à democracia. E Bolsonaro não pode transformar a PRF em polícia política”, criticou.
“Onde Bolsonaro quer levar o nosso país? Policiais federais invadem reunião que debatia ida de Bolsonaro à Manaus! Isso é inadmissível! Polícia é para perseguir bandido e não trabalhadores e estudantes”, indignou-se a ex-senadora do Amazonas Vanessa Grazziotin (PCdoB).