Segundo a direção da Petrobras, os prejuízos verificados em ambas as unidades não justificam seu funcionamento. O governo argumenta que haverá “hibernação” das duas unidades da estatal petrolífera. Isto representa mais um passo na estratégia de deixar o setor de fertilizantes, conforme o Plano de Negócios e Gestão 2018-2022.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) salienta que essa paralização gera descontinuidade na produção, com efeitos negativos na conservação dos equipamentos e prevenção de impactos ambientais. Estas atividades seriam iniciadas até o fim do primeiro semestre deste ano.

“Soberania na agricultura é uma questão de sobrevivência, e países com visão estratégica não abrem mão disso. Ao contrário das gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma, quando foi colocado em prática um plano de expansão dos negócios de fertilizantes no Brasil, o atual governo golpista e entreguista foca no retorno de curto prazo dos ativos da Petrobras”, destaca a parlamentar.

A unidade da Petrobras em Camaçari é a primeira fábrica do Polo Petroquímico local. Conhecida como a “semente do Polo”, foi a primeira fábrica de ureia do Brasil e teve suas operações iniciadas em 1971. É responsável pela produção de 474 mil toneladas/ano de ureia, 474 mil toneladas/ano de amônia e 60 mil toneladas/ano de gás carbônico.

De acordo com Davidson Magalhães (PCdoB-BA) este é um risco de fechamento do Polo Pertoquímico de Camaçari, uma das maiores fontes de receita da Bahia. “É um atentado ao processo de industrialização. E para a agricultura brasileira, que consome quase noventa por cento de fertilizantes importados, é uma perda estratégica para o desenvolvimento da agricultura e do agronegócio no Brasil”.

Os fertilizantes são insumos essenciais para a produção agrícola, fato que obriga qualquer nação a tratar sua produção como questão de segurança nacional e importância fundamental no desenvolvimento da agricultura e da pecuária no país.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), a medida implicará no aumento do desemprego na região. “São 700 trabalhadores ameaçados com a perda de seus empregos. Por isso, nós estamos na Câmara dos Deputados mobilizados para realizar uma comissão geral, parar o funcionamento do plenário para discutir o desmonte da Petrobras, o desinvestimento e o fechamento destas empresas”, afirmou.