O Outubro Rosa, que ilumina os prédios públicos em Brasília, tornou-se ainda mais  estratégico em 2017 no momento em que a luta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) está na ordem do dia diante das ameaças governamentais de extermínio.

É a primeira vez que a campanha de prevenção de câncer de mama acontece sob a égide de um golpe institucional que foi dado contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016. Desde que tomou a cadeira presidencial de forma ilegítima, Michel Temer age para desmontar velozmente a estrutura de saúde pública arduamente construída nas últimas décadas no Brasil.

Um dos exemplos recentes é a portaria proposta pelo Ministério da Saúde que estabeleceu a nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). As novas diretrizes da atenção básica preveem cortes de orçamento no setor, gerando a desestruturação dos serviços, além da redução dos salários dos agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, profissionais essenciais na saúde preventiva e conscientização da população.

É fundamental que o Sistema Único de Saúde sobreviva a essas tentativas de desmonte para que as políticas de proteção à saúde feminina sejam efetivas. O corte no orçamento do programa de fortalecimento do SUS estimado é de 14% em 2018, caindo de R$ 18,7 bilhões aprovados este ano para R$ 16,1 bilhões no próximo ano.

A prevenção é determinante para garantir o diagnóstico precoce e a cura das mulheres vítimas de câncer de mama que é o mais comum entre as brasileiras. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), surgem 60 mil novos casos por ano, dos quais 15 mil levam as pacientes a óbito.

Em vez de congelar por 20 anos recursos para educação e saúde, o governo tem de estimular as políticas públicas e programas educativos em escolas para que as meninas façam o autoexame, garantindo essa consciência de gênero. Não podemos aceitar que a visão conservadora de setores retrógrados da Câmara dos Deputados, que tenta cercear a liberdade das mulheres, prevaleça.

Mulheres, em outubro, vamos intensificar a nossa luta. Vamos proteger a nossa saúde. Uma sociedade que protege a saúde e garante a emancipação política e econômica da mulher é mais livre e democrática.

*Deputada federal pela Bahia e líder do PCdoB na Câmara.