A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (16), uma comissão geral sobre as ações do Ministério da Saúde para combater o surto de microcefalia que tem chamado a atenção de todo o país. De acordo com o novo boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde na terça-feira (15), foram registrados 2.401 casos da doença e 29 óbitos até 12 de dezembro deste ano. Esses casos estão distribuídos em 549 municípios de 20 unidades da federação.

Segundo o ministro da Pasta, Marcelo Castro, a microcefalia é um dos mais graves problemas de saúde pública da história do país, demandando ações firmes e determinadas dos governos e de toda a sociedade.

“Essa é uma situação completamente nova para a comunidade científica em termos de saúde pública mundial. Prontamente, o Ministério [da Saúde] uniu esforços de especialistas para conduzir estudos no país. Mas é necessário o esforço de toda a população para reduzir a presença do Aedes Aegypt e para combater o zika vírus”, disse o ministro.

Castro destacou que o novo foco das mensagens divulgadas pelo governo não é mais apenas o combate ao mosquito transmissor da dengue, e sim os efeitos do zika vírus em gestantes.

Para a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), o momento pede ações emergências, como as que já estão sendo tomadas pelo ministério, mas é preciso pensar também na pesquisa. “Quando ainda não tínhamos esse surto no país, o estado de Pernambuco estava iniciando pesquisas sobre o zika vírus. Precisamos analisar essas contribuições e investir mais. É um assunto gravíssimo”, pontuou a parlamentar.

De acordo com o ministro, testes vêm sendo feitos pela Fiocruz, que estuda a contaminação do mosquito pela bactéria Wolbachia, na esperança de incapacitar o inseto a transmitir doenças tropicais.

“Essa bactéria é uma espécie de doença sexualmente transmissível, ou seja, quando o mosquito entra em contato com a fêmea ele transmite a bactéria a ela, também a incapacitando para a transmissão de doenças”, explicou Castro.

O ministro citou ainda a intenção do laboratório Sanofi Pasteur de vender ao país vacinas contra a dengue. Ele informou que o laboratório está próximo de conseguir o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Sanofi Pasteur pediu autorizações em 20 países da Ásia e América Latina e também fará o mesmo na União Europeia (2016) e Estados Unidos (2017).

*Com informações da Agência Câmara.