Dirigentes e parlamentares do PCdoB repudiaram o ataque sofrido na quarta-feira (19), em Sobral (CE), pelo senador Cid Gomes (PDT-CE). Ele foi baleado enquanto dirigia um trator na direção de um batalhão da Polícia Militar que fazia uma paralisação ilegal, visto que a Constituição, no seu artigo 142, proíbe militares das Forças Armadas de fazerem greve e de se sindicalizarem. Já o artigo 42 estende essas proibições aos policiais militares e aos bombeiros.

“Minha solidariedade ao senador Cid Gomes, diante da deplorável agressão à bala que sofreu de alguns PMs amotinados que, durante o dia, aterrorizaram a cidade de Sobral circulando, encapuzados, em viaturas oficiais. Que o senador se recupere o mais breve e os responsáveis sejam punidos”, registrou, no Twitter, a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), também se manifestou nas redes sociais. “Nada justifica os tiros no senador Cid Gomes. Se encapuzados se valem de uma greve de polícia para abrir fogo contra um senador, imagina do que são capazes contra a comunidade. Mais uma prova de que o Brasil não está normal”, tuitou a parlamentar.

Na opinião do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), é “absurdo” o que ocorreu em Sobral. “Para tudo há limites. Uma greve armada? Inaceitável! Nossa solidariedade ao senador Cid Gomes e ao povo sobralense e de todo o Ceará.”

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara, também se solidarizou com Cid Gomes e classificou como “muito grave” o episódio. “Situação complicadíssima na cidade de Sobral. Motim, toque de recolher, ‘milicianos’.”

No Ceará, o ex-senador e atual Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado, Inácio Arruda, também se manifestou sobre o assunto. Em sua conta no Twitter, Arruda externou sua solidariedade ao senador Cid Gomes bem como ao governador Camilo Santana “para enfrentar com firmeza e tranquilidade a delicada situação das manifestações dos agentes de segurança”.

Boletim médico divulgado às 8h40 de quinta-feira informa que Cid deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital do Coração de Sobral e foi transferido para a enfermaria. “Após atendimento inicial, [o estado de Cid] evoluiu sem intercorrência nas últimas horas, mantendo-se hemodinamicamente estável e com padrão respiratório normal”, diz o texto.

STF

Na quinta-feira (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que o que acontece no Ceará é inadmissível, pois há vedação expressa na Constituição.

“O que vem acontecendo no Ceará é inadmissível. Crime de dano ao patrimônio público, destruindo viaturas, tiros”, disse Moraes.

“Eu não entro no mérito dos fatos porque eu não estava lá. Mas onde já se viu policial que se queira policial — e eu tenho certeza que no STF não tem ninguém que tem mais ligação e admiração pela polícia do que eu —, como que podem ficar disparando tiros a esmo? Podia ter sido um morticínio gigantesco. É ilegal, tem que ter consequências tanto na Justiça comum quanto na Justiça criminal.”