“Acho que precisaria ressuscitar o Dr. Freud, lá em Viena, trazê-lo pra cá, fazer um trabalho intensivo com o dr. Carlos, para entender a psique dele. Acho que ele é uma pessoa perturbada”. Essa foi a declaração feita pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro (PSL-SP), após ser questionado nesta terça-feira (10), na CPMI das Fake News, sobre o papel do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) na coordenação das milícias virtuais que ajudaram a eleger o atual presidente do país.

Respondendo ao vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), sobre sua responsabilidade ao ter abrigado, em sua casa, um QG da comunicação da campanha do PSL durante o pleito eleitoral de 2018, Marinho afirmou que não tinha conhecimento de disparos massivos. Sem citar diretamente o filho 02 do presidente, o empresário declarou que sabia da existência de um grupo radical pró-Bolsonaro.

“Esses grupos de direita radical existem. Eles entendem que ou você está a favor do presidente Jair Bolsonaro ou está contra o Brasil. Para eles, não há nenhuma outra alternativa. É um pequeno grupo que se beneficia da falta do que fazer para isso. Um bando de desocupados que ficam colocando ali suas frustrações pessoais para xingar os outros na internet”, contou.

Em julho deste ano, em uma entrevista à repórter Andreia Sadi, o homem tido como um dos principais apoiadores da candidatura de Jair Bolsonaro revelou detalhes de como foram enviadas mensagens de fake news a números de Whatsapp.

Confrontado ainda com a origem dos ataques cibernéticos direcionados ao ex-ministro e ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, após sua saída do governo, Marinho culpou novamente o extremismo bolsonarista pelos ataques, mas sem citar nominalmente os filhos do presidente. “Foi absolutamente cruel”, disse.

Para Jerry, a fala do aliado do atual presidente aponta a “gravidade da situação política que estamos vivendo”. De acordo com o parlamentar maranhense, os depoimentos da deputada e ex-líder do governo na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP), na semana passada, e do empresário expõem “o grau de envolvimento das milícias digitais nas últimas eleições presidenciais” e os riscos impostos à democracia.

“Essas revelações sobre os disparos contra os aliados de anteontem, nessa guerra insana contra os adversários, geram um ambiente que atesta a necessidade de que esta comissão imponha algo para pôr fim a este tipo de prática, porque esta ajudou a colocar na presidência um ex-capitão, defenestrado do Exército brasileiro, hoje presidente da República, que tem uma mania muito grande de desconsiderar a importância institucional da Presidência”.

*Ascom Márcio Jerry