Mais cedo saudei o presidente Evo pela decisão de convocar novas eleições. Evo buscava a construção da paz no seu país. A extrema direita não suportou perder as eleições pela quarta vez consecutiva, fez o uso da violência e desferiu um duro golpe cívico, político e policial contra Evo e a democracia na Bolívia.

A Bolívia volta à triste sina que carrega de golpes de estado. De 1825 até aqui são 194 deposições de governos. A economia boliviana é a mais dinâmica da América Latina, com taxas médias de crescimento de 5% ao ano há mais de uma década. Quando Evo Morales assumiu a presidência, em 2005, 78% da população vivia em extrema pobreza. Hoje, menos de 15% da população se encontra nessa condição social. É, portanto, lamentável que a elite do país não saiba conviver com a democracia, o crescimento econômico, a soberania e a inclusão social dos pobres.

Notícias dão conta de que setores do governo brasileiro estariam envolvidos com o golpe na Bolívia. Isso precisa ser apurado! Está na Constituição que nossas relações internacionais devem se pautar pela defesa da paz e, acima de tudo, pelo respeito à autodeterminação dos povos.

Me preocupa muito como ficará a situação dos estudantes brasileiros naquele país. Durante a semana irei articular ações no Congresso e no Acre, atuando em conjunto com a Assembleia Legislativa para que acompanhemos de perto a situação desses mais de 40 mil estudantes brasileiros, dos quais cerca de seis mil são acreanos que moram e estudam na Bolívia.

Nossa solidariedade ao presidente Evo Morales e ao povo da Bolívia.

*Deputada federal (PCdoB-AC) e entegrante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados e deputada do PARLASUL.