O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deu mais um passo em direção ao desmonte das políticas ambientais. Nesta terça-feira (4), a imprensa divulgou que a Pasta comandada por Salles sugeriu ao Ministério da Economia mudança na meta de redução do desmatamento ilegal no país prevista no Plano Plurianual (PPA).

Salles propôs que o objetivo de redução em 90% dos desmatamentos e incêndios ilegais até 2023, estabelecido no PPA, seja alterado. A nova meta seria que 390 mil hectares de vegetação nativa da Amazônia sejam preservados até o final da atual gestão – só no ano passado, apenas na Amazônia, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou alertas de desmatamento em uma área de 9,1 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 900 mil hectares.

Para a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), Salles só se preocupa em destruir o meio ambiente. “É a mesma posição de quando ele queria aproveitar a pandemia passar a boiada, reduzir os critérios da legislação de proteção ambiental. Não podemos aceitar. É preciso cobrar que este ministro que deveria cuidar do meio ambiente, de fato, cuide”, destacou.

Para justificar a mudança, a Pasta alega que a diminuição de 90% até 2023 é um objetivo intermediário e que o governo federal adota como meta principal a redução de 100% do desmatamento ilegal até 2030.

A investida de Salles para reduzir a meta de preservação ocorre no momento em que o governo Jair Bolsonaro é criticado por ambientalistas e cobrado por investidores para reagir ao avanço da devastação das florestas.