Primeira mulher a assumir o cargo de presidente da Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) quer abrir o colegiado para participação de todos os segmentos da sociedade a fim de discutir e encaminhar soluções sobre os grandes temas no país, sobretudo o desemprego que já atinge mais de 13 milhões de trabalhadores.

Ao assumir o posto, em março passado, a deputada deixou claro que terá como foco a recuperação dos direitos perdidos na reforma trabalhista; diminuir os obstáculos das mulheres no mercado do trabalho; e evitar mais retrocessos na área.

"Houve promessas de que a reforma trabalhista traria mais empregos e teríamos uma economia forte. Não aconteceu. Nem uma coisa nem outra", criticou.

Agora, a atenção da parlamentar está nos cortes de 30% promovidos pelo governo Bolsonaro nas verbas para universidades e institutos federais.

Tanto que ela acatou um requerimento do líder do seu partido, Daniel Almeida (BA), para fazer na próxima quarta-feira (15) reunião conjunta com a Comissão de Educação para receber o ministro Abraham Weintraub, que comparecerá na condição de convocado.

“Como professora e cidadã não posso aceitar os cortes que foram feitos no Ministério da Educação que vão afetar a área em todo o país”, lamentou.

Trata-se de uma crise, segundo a deputada, gerada pelo próprio governo sob um argumento fabricado para confrontar os orçamentos do ensino superior com o básico.

“Não é nada disso. Recursos sempre foram garantidos para as universidades que trabalham pesquisa e extensão, formando inclusive professores, os institutos federais e à educação básica. O que acontece é que o governo não prioriza a área de educação”, argumentou.

Na sua opinião, os cortes na educação são muito graves pois se trata de uma área estratégica. “O problema é que esse governo não entende essa condição, inclusive para tirar o país dessa condição econômica. Então como professora e cidadã vamos lutar até o fim para que isso seja revertido e garantir os investimentos necessários para ter uma educação de qualidade e pública”, disse.

A deputada Professora Marcivânia acredita que será uma audiência de peso com a participação de estudantes e professores.

Ela diz que o movimento cresce em todo o país e os argumentos usados pelo governo até agora são fracos. “O ministro diz que não é corte, mas na verdade é corte, não é só contingenciamento”, afirmou.

A deputada também crítica a forma como está sendo tratado o tema. “O governo não pode utilizar o orçamento público como instrumento de chantagem para aprovar a reforma da previdência, isso não é correto, ético e nós não aceitamos”, disse.