O desemprego no mercado formal brasileiro aumentou em março deste ano. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (24) pela Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, 43.196 trabalhadores que tinham carteira assinada foram dispensados no mês passado.

Este é o maior número de trabalhadores formais demitidos em março desde 2017, quando 63.624 perderam o emprego. O cenário é ainda pior quando o saldo é comparado ao mesmo mês de 2018, quando 56.151 foram contratados.

Os dados mostram quão falaciosos foram os argumentos usados por Michel Temer para a implementação da Reforma Trabalhista, que acabou com mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O líder dos comunistas na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), lembrou que o dia 26 de abril marca os dois anos de aprovação da matéria pela Casa.

“Dizia-se que a reforma serviria para modernizar as relações de trabalho, gerar empregos, fazer a economia crescer e acabar com os conflitos trabalhistas. Tudo mentira. Hoje, são treze milhões de desempregados, 5 milhões de desalentados. A participação dos salários no PIB diminuiu. Os empregos que surgem são precários. A implementação da Reforma, na verdade, só produziu efeitos negativos”, disse. 

A pesquisa divulgada pelo Caged mostra que o Nordeste continua sendo a região mais atingida pela falta de uma política econômica de geração de emprego e renda. Quase 24 mil trabalhadores perderam o emprego na localidade. No Sudeste, foram 10.673 demitidos; no Norte, 5.341; no Sul, 1.748; e no Centro-Oeste, 1.706.

Atualmente, o Brasil acumula um total de 13,1 milhões de desempregados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a crise econômica não dá sinais de arrefecimento, com o próprio mercado reduzindo suas projeções para a retomada do crescimento.

Pela modalidade de trabalho intermitente, foram gerados 6.041 empregos, envolvendo 2.216 estabelecimentos e 1.720 empresas contratantes. Esse resultado representa um aumento de 2.842 mil empregos (88%) na comparação com março de 2018, quando o saldo foi de 3.199 mil empregos intermitentes.

Foram registradas ainda 7.085 admissões em regime de tempo parcial e 4.956 desligamentos, gerando um saldo positivo de 2.129 postos de trabalho. Ocorreram 18.777 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado.


Com informações da CUT