A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) apresentou, na quinta-feira (5), mais um requerimento de informação ao governo federal.

Desta vez, ela solicitou esclarecimentos ao titular do Ministério da Cidadania, Onyx Lorenzoni, sobre a política de seleção para a concessão do Bolsa Família. Isso porque Bolsonaro decidiu, em janeiro, destinar apenas 3% dos benefícios liberados para a região Nordeste, que concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza na fila de espera do benefício.

“É fato que este presidente tem colocado em prática uma odiosa política de discriminação da nossa região. O governo priorizou o Sul e o Sudeste na concessão dos novos benefícios, totalizando 75%. Não há nenhuma justificativa técnica plausível para a disparidade entre as regiões. O nome disso é discriminação. Sabemos que o governo pretende extinguir o programa, pois todas as políticas desenvolvidas por sua gestão são contra os pobres e a favor das elites. Isso muito nos preocupa”, ressalta Alice.

Matéria veiculada no jornal “Estadão” traz um dado importante: o número de novos benefícios concedidos em Santa Catarina, por exemplo, que tem população oito vezes menor que o Nordeste e é governada por Carlos Moisés (PSL), foi o dobro do repassado à região Nordeste inteira, cujos governadores são da oposição.

No requerimento, a parlamentar solicita que o governo detalhe quais foram os critérios técnicos adotados pelo Ministério da Cidadania para justificar essa política de concessão dos benefícios no mês de janeiro; quais foram os critérios técnicos para conceder ao estado de Santa Catarina o dobro das bolsas concedidas à região Nordeste; quem são os responsáveis na pasta pelo processo de seleção; quantas bolsas foram canceladas ou cortadas, mês a mês, para cada estado da Federação no ano de 2019 e 2020; entre outros questionamentos.