Esta semana, a notícia de que o governo Bolsonaro deixou de lado a região Nordeste na concessão de novos benefícios do programa Bolsa Família caiu como uma bomba. Dados do Ministério da Cidadania apontam que o Nordeste recebeu apenas 3% dos novos benefícios, enquanto Sul e Sudeste receberam 75% das novas concessões. A região preterida, no entanto, concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o governo Bolsonaro funciona como “um Robin Hood ao contrário”.

“Ele tira dos mais pobres e favorece os mais ricos. Um governo que está promovendo a desigualdade social e o aumento do desemprego e da pobreza. É inadmissível”, disse.

Vale lembrar que a região Nordeste foi a única que, nas eleições de 2018, votou majoritariamente em Fernando Haddad, candidato petista. No segundo turno, Haddad teve 69,7% dos votos válidos, contra 30,3% de Bolsonaro. E após eleito, Bolsonaro se envolveu em uma série de polêmicas relacionadas à região.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também criticou a postura do governo. Para ele, Bolsonaro condena milhares de famílias à morte por fome ao discriminar o Nordeste na distribuição do Bolsa Família. “Esse governo odeia os pobres e quer seu extermínio. É um presidente sem empatia com o sofrimento do povo, comprometido apenas com o que há de pior”, destacou.

Em nota, o Ministério da Cidadania afirmou que o processo de concessão de benefícios é “impessoal e realizado por meio de sistema automatizado que obedece ao teto das verbas orçamentárias destinadas ao programa”. O órgão não explicou o porquê da disparidade das concessões entre as regiões, mas afirmou que mais 185 mil famílias em todo o país passarão a receber o benefício em março.