A crise econômica aprofundada pela intensa disputa política e midiática gera uma consciência coletiva de que é urgente encontrar uma saída para o Brasil. Temos de selar um pacto com os principais atores sociais e políticos para superarmos um dos momentos mais graves da história. A resposta não pode ser tradicional. Não será fácil.  O caminho deve ser criativo, mas sem romper a institucionalidade democrática.

É inegável que o declínio da economia brasileira paralisa investimentos e agrava problemas sociais. A resposta a este cenário de dificuldades envolve, portanto, a construção de uma agenda econômica, social e política que coloque o país em primeiro plano, definindo um roteiro de superação das crises com o objetivo de preservar o interesse nacional.

O diálogo deve abranger amplos setores do Congresso, inclusive setores da oposição e representantes de outros poderes para conseguirmos retomar rapidamente o crescimento econômico. A necessidade de união de esforços em busca de uma posição assertiva ganha força, tendo em vista que soluções oportunistas para usurpar o poder já estão sendo descartadas por parcelas dos conservadores. Os caminhos para destituir a presidenta Dilma Rousseff pela via do impeachment ou pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já se mostram pouco atrativos, viáveis e prováveis para alguns opositores, porque não tramitam na velocidade desejada.

Até setores conservadores começam a perceber que a briga política sem fim traz grandes perdas para todos os lados, ameaçando seriamente o futuro do país. Por essa razão, é hora de encontrar uma forma de mediar esse debate com o objetivo de encontrar a saída.

Algumas premissas são indispensáveis: manter o mandato institucional da presidenta; estabelecer uma agenda comum para fazer a transição até 2018 e preservar direitos sociais e conquistas dos trabalhadores garantidos por este projeto político desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva, iniciado em 2003. Temos de lutar para manter avanços. Nos últimos 13 anos, o aumento no salário mínimo e a geração recorde de empregos permitiram a 42 milhões de brasileiros ascenderem à nova classe trabalhadora. Não aceitaremos retrocessos.

Para retomarmos a caminhada rumo ao desenvolvimento econômico e social, é crucial acalmar os ânimos e focar numa saída comum ao país. Incentivar a intolerância e o ódio não interessa aos brasileiros. Que todos tenham serenidade e sensatez neste momento tão decisivo para o Brasil!

*Deputado federal pela Bahia e líder do PCdoB na Câmara.