Em análise dos dados da pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta segunda-feira (18), que mostra queda da aprovação e aumento da rejeição a Jair Bolsonaro, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que o resultado é “bem ruim” e “prenuncia dificuldades” para o governo. Segundo a pesquisa, a avaliação positiva de Bolsonaro caiu seis pontos, para 32%, e a negativa subiu cinco, para 40%.

“Mudança de 11 pontos em pesquisa mensal não é um sinal, é um berro!”, pontuou Orlando. Para o deputado, o quadro indicado no levantamento “não quer dizer que [Bolsonaro] derreteu”, mas mostra que o presidente “perdeu a gordura que tinha ganho no fim de 2020”.

Orlando citou números que, em sua opinião, corroboram essa avaliação. O deputado ressaltou que a condução do presidente na pandemia é amplamente vista como negativa: 52% de reprovação e apenas 23% de aprovação. Paralelamente, melhorou a avaliação da condução da pandemia pelos governadores.

“Ao contrário do que ocorre com Bolsonaro, 36% avaliam como ótima ou boa e 35% como regular a condução dos governadores na pandemia – apenas 25% de ruim e péssimo, menos que a metade da negativa do presidente”, comentou o parlamentar. Ele pontuou ainda que voltou a crescer o medo em relação da pandemia. “A soma de quem tem muito medo (42%) e quem tem um pouco (35%) chega a 77% da população”, destacou.

Outro dado relevante é que, entre os participantes da pesquisa, 56% acreditam que o pior está por vir e 69% pretendem se vacinar. Além da questão sanitária, outro ponto importante é a economia. Para Orlando Silva, o fim do auxílio emergencial “cobrará alto custo político” de Bolsonaro.

Segundo a pesquisa XP/Ipespe, 50% das pessoas avaliam que o governo deveria criar outro auxílio por mais tempo, outros 20% acham que o Bolsa Família deveria ser ampliado. Para 54% a economia está no caminho errado e só 34% acreditam que está no caminho certo.

Eleições 2022

A pesquisa XP/Ipespe também trouxe projeções sobre as eleições de 2022. Para Orlando Silva, “ainda é cedo” e Bolsonaro “ainda é um competidor forte”. Mas o deputado destacou os resultados de segundo turno, em que o presidente perde numericamente para Sergio Moro (36%x 33%) e empata tecnicamente com Ciro Gomes (40%x37%).

“Note-se um dado importante: em todos os cenários, Bolsonaro está em queda e os adversários em ascenso. Isso reflete o desgaste pelo pandemônio de seu desgoverno.Muita água vai rolar, mas, aparentemente, a subestimação negacionista da pandemia e a falta de rumo na economia, somada ao sádico corte do auxílio emergencial, parecem ter atingido Bolsonaro”, concluiu.

O parlamentar ressaltou ainda que o mundo político vive momentos decisivos, com a aproximação da eleição da Mesa Diretora da Câmara, com o bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) disputando a presidência com Baleia Rossi (MDB-SP) que tem o apoio do bloco de oposição.