No último dia 12, o governo ilegítimo de Michel Temer completou dois anos. À época, o emedebista havia assumido a Presidência da República interinamente, enquanto o Parlamento analisava o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Certo de que não sairia do cargo, Temer deu início então a mudanças nos rumos do governo, dando início à sua “Ponte para o Futuro”.

Passados dois anos do golpe contra Dilma, Temer é desaprovado por 82,5% dos brasileiros e coleciona uma lista de retrocessos, que, para ele, compõem uma “agenda positiva para o Brasil”. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, nesta terça-feira (15), Temer elencou dados e números que mostram um Brasil que não parece real. Em sua autoavaliação, o presidente diz que “recuperou o Brasil”.

“Em 24 meses, recuperamos a Petrobras, o Banco do Brasil, os Correios, a Caixa Econômica Federal; elevamos o PIB a patamar positivo, melhoramos a gestão pública, ajudamos estados e municípios; reformamos leis e instituições”, descreve o artigo. 

Para o líder do PCdoB na Câmara, o deputado Orlando Silva (SP), a única verdade divulgada por Temer é que o Brasil voltou 20 anos em 2. "O governo Temer é o do desmonte nacional, aquele que aniquilou os instrumentos de crescimento do país, como a taxa de juros de longo prazo do BNDES, que permitia o financiamento do desenvolvimento nacional. O presidente ilegítimo destruiu os direitos trabalhistas e não gosta dos aposentados. Derrotamos Temer ao barrarmos a Reforma da Previdência", destacou Orlando. 

Na avaliação da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Temer tenta enganar a população e sua gestão, até agora, só beneficiou banqueiros. “Para o povo são dois anos de muita desgraça. Não há nada de positivo no teto de gastos, que congelou por 20 anos os investimentos em saúde, educação, infraestrutura, segurança; não há nada de positivo na Reforma Trabalhista; ele fala em redução dos juros, mas nós temos a maior taxa de lucro para os bancos. Esse balanço de Temer não é real, é fantasioso”, alertou.

A senadora lembrou ainda que a agenda atual do emedebista conta com a tentativa de entregar o país, com a privatização da Eletrobras e suas distribuidoras, além do desmonte da Petrobras. “Hoje fica claro que o golpe que eles deram foi contra o povo”, disse.

A vice-líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA), enfatizou que esses dois anos foram de grandes perdas para os trabalhadores e para o Brasil. Alice lembrou da agenda privatista de Temer, e afirmou que a população pode colocar um fim a ela nas eleições de outubro.

“É uma falsidade esse discurso de Temer, assim como falso é o seu governo. Esses dois anos foram de derrotas e perdas de direitos, de entrega do patrimônio nacional. Sem dúvidas, Temer é o piloto do maior retrocesso democrático desses últimos 30 anos. Mas espero que a população passe a borracha nesses dois anos em outubro”, disse.