A parlamentar entrou com uma representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) contra esta exposição indevida de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos que, segundo os organizadores do evento, estariam aptas para a adoção.

O evento, que foi realizado pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) e pela Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), foi objeto de diversas reportagens negativas em vários veículos de imprensa. Em nota, as entidades alegam que buscaram oferecer maior contexto sobre as razões e os objetivos que almejavam ao realizar o evento.

“Entendo que parece bastante inadequado o contexto e o método construído para dar visibilidade a essa importante agenda, especialmente se considerarmos que, de maneira geral, shoppings são locais de comércio, venda e consumo e desfiles são eventos voltados à venda de produtos. Nos termos das políticas atuais de adoção, acreditamos que ações de convívio e formação de vínculos entre as crianças e os candidatos à parentalidade são bem-vindas quando são estimulantes e positivas para ambos os lados. Há, seguramente, muitas outras formas alternativas, e menos danosas para os direitos da infância e da adolescência, que cumprem essa finalidade”, justifica Alice.

Na representação, Alice solicita que a Procuradora Deborah Duprat atue e solicite esclarecimentos em relação aos fatos divulgados. “Creio ser importante pedir maiores explicações sobre o ocorrido e tomar providências: seja para elaborar recomendações no sentido de que eventos como este não se repitam, seja para atuar junto aos demais membros do MPF para o ajuizamento das ações cabíveis”, ressalta a deputada.