Os assaltos a bancos registrados esta semana em Santa Catarina e no Pará reacenderam o debate sobre controle e monitoramento de armas no país. A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), fez referência aos crimes para cobrar a votação de Projetos de Decreto Legislativo que suspendem revogações feitas por Bolsonaro de portarias do Exército sobre o tema.

Perpétua é autora de um deles e afirma que a medida adotada por Bolsonaro só beneficia milícias e quadrilhas.
“Tramitam na Câmara sete projetos de decreto legislativo para a suspensão dos atos do governo que revogaram as portarias do Exército. É urgente votar esses projetos! O descontrole está beneficiando milícias e o crime organizado. Lembro ainda que uma semana após a revogação das portarias do Exército, os ministérios da Defesa e da Justiça publicaram medida permitindo o aumento dos limites de compra de munição por pessoas físicas. Tudo para atender exigência de Bolsonaro. Quem está se beneficiando? Os bandidos”, destacou.

O PDL do qual é autora revoga determinação de Jair Bolsonaro que impede maior controle sobre rastreamento, importação e identificação de armas de fogo pelo Comando Logístico (Colog) do Exército. A decisão de Bolsonaro foi tomada em abril deste ano e nenhum projeto sobre tema foi deliberado.

As portarias revogadas por Bolsonaro também são defendidas por especialistas que veem nelas um sistema moderno para marcação e rastreabilidade de armas e munições no Brasil.

“Uma medida essencial para que tenhamos um melhor combate ao crime organizado e à violência armada. Ao revogar as portarias do Exército, Bolsonaro beneficia milicianos, organizações criminosas e bandidos em geral”, já afirmava a parlamentar à época.

Diante dos crimes desta semana, Perpétua questionou o trabalho do serviço de inteligência do governo. “Onde está o serviço de inteligência do governo? Afinal, é tão atento em monitorar jornalistas, parlamentares de oposição e ambientalistas em fóruns internacionais, mas não consegue identificar ações de criminosos assaltando bancos e fazendo refém a população das cidades do interior?”, questionou a líder do PCdoB, em referência ao monitoramento de influenciadores contrários ao governo.

“Como órgãos de inteligência, PF e outros não “viram” essa enormidade de carros blindados sendo roubados simultaneamente, agora usados nos assaltos?! O crime organizado e as milícias não estão sendo monitorados?! Ou o governo vai continuar priorizando a defesa da família Bolsonaro?”, indagou.