O governo Bolsonaro registra nova queda em sua popularidade. Uma pesquisa realizada pela XP/Ipespe entre os dias 28 e 30 de abril, e divulgada nesta segunda-feita (4), aponta os piores níveis  de avaliação do governo junto ao eleitorado.

A pesquisa indica que, subiu de 42% para 49% o grupo dos eleitores que avaliam o governo como ruim ou péssimo. Os que veem a gestão como regular somam 24% da população – mesma marca de uma semana atrás. E 27% avaliam a atual administração como ótima ou boa, o que corresponde a uma queda de 4 pontos percentuais em relação à semana anterior.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro radicaliza mais à medida que sua base política e social de desmancha. “49% consideram seu governo ruim ou péssimo. O número de apoiadores nunca foi tão baixo. Em menos de um ano e meio de governo, virou um zumbi. Bolsonaro cavou a própria cova”, disse.

A pesquisa mostrou ainda que a maioria deseja mais investimentos públicos para enfrentar a pandemia. 54% avaliam como ruim ou péssima a postura do mandatário em meio à pandemia de coronavírus, contra 23% de avaliações positivas. No início do mês, os grupos correspondiam a 44% e 29% dos eleitores, respectivamente.

A avaliação negativa do presidente contrasta com o desempenho favorável de governadores na ótica da opinião pública. Segundo o levantamento, 53% avaliam a atuação dos gestores estaduais como ótima ou boa, contra 16% de avaliações negativas.

“Em todo o Brasil, governantes têm melhorado seus índices à medida que se dedicam ao enfrentamento da pandemia. Bolsonaro optou por ser aliado do vírus. Semeou vento, vai colher tempestade”, avaliou Orlando Silva.
É a quarta vez seguida em que as expectativas negativas superam numericamente as positivas, mas a primeira em que essa diferença supera a margem máxima de erro, de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa XP/Ipespe ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do país, a partir de entrevistas telefônicas. A margem máxima de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

O levantamento também mostrou que saltou para 52% o grupo de eleitores que acredita que a economia está no caminho errado, contra 32% que acredita que ela está no caminho certo. A diferença de 20 pontos percentuais é a maior já registrada na pesquisa para a pergunta.

Questionados sobre a melhor forma de recuperar a economia depois do coronavírus, 62% defende uma mudança na política econômica, com mais investimentos públicos para estimular a retomada do crescimento do país. Outros 29% apoiam a manutenção da atual política econômica, com a agenda de reformas, o enxugamento de gastos públicos e maior participação do setor privado na retomada da economia.