Deputados do PCdoB reagiram na noite de quarta-feira (1) ao anúncio dos vetos de Bolsonaro à lei aprovada no Congresso que garante renda emergencial às famílias mais vulneráveis e trabalhadores informais durante a pandemia de Covid-19. Os vetos ainda não foram publicados no Diário Oficial da União (DOU), mas já recebram críticas de parlamentares durante votação na Câmara.

O principal ponto vetado foi a possibilidade de ampliação do limite de renda para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei estabelece um auxílio de R$ 600 mensais – ou R$ 1200,00 por família –, por três meses, a trabalhadores informais e de baixa renda, e visa diminuir o impacto da pandemia de coronavírus na renda dessa camada da população, a mais afetada pelas medidas de isolamento social.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o veto de Bolsonaro é uma crueldade. ”Desde que o Congresso ampliou o acesso ao BPC, o governo tenta derrubar a medida. Uma crueldade aos mais fracos do nosso país”, disse. A deputada destacou ainda que a sanção da renda emergencial só veio após muita pressão, mas ainda assim o governo não definiu data para início dos pagamentos. “Precisamos continuar a mobilização para que o benefício chegue o mais rápido possível nas mãos dos que mais precisam”, completou.

Já a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) defendeu a derrubada dos vetos quando eles forem publicados. “Esses vetos atrasarão ainda mais a materialização do benefício. Não aceitaremos e vamos nos mobilizar para derrubá-los”, disse.

A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), e a deputada Jandira Feghali (RJ) também usaram suas redes sociais para cobrar o governo. “Sancionou, agora paga”, destacou a líder da legenda na Câmara.

No Plenário, a parlamentar voltou a cobrar o pagamento da renda emergencial e afirmou que a omissão de Bolsonaro levará os brasileiros à morte. "Quando o presidente se recusa a pagar R$ 600 por pessoa, deixando a população pobre com fome, está cavando a sepultura dessas pessoas. Quando Bolsonaro se recusa a cumprir a lei e mandar recursos para estados e municípios para aquisição de equipamento de proteção individual, também está cavando a sepultura dos brasileiros. Ele não sabe fazer bondades? Assine imediatamente a renda emergencial", cobrou Perpétua.

A deputada Jandira Feghali lembrou ainda que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já garantiu que o Executivo gaste o que for preciso neste momento. “O Tesouro tem mais de R$ 1 trilhão e agora ele só mexeu no fundo para pagar banco. Para o povo, seu irresponsável”, disse. 

Na manhã desta quinta-feira (2), o governo editou medida provisória abrindo crédito extraordinário ao Ministério da Economia para atender ao benefício emergencial. O início do pagamento, no entanto, continua sem data definida, apesar de Bolsonaro ter afimado em entrevista coletiva nesta manhã que os pagamento terão início na próxima semana.