Em 5 de setembro de 2015, milhares de movimentos sociais, entidades da sociedade civil, sindicatos, fundações e partidos políticos fizeram, em Belo Horizonte, grande ato de lançamento da Frente Brasil Popular. Sob o coro vibrante e bandeiras de inúmeras cores, vimos ali o espírito de luta que rondou o cenário político de 1989.

Hoje, a realidade é outra, claro. Os partidos de Esquerda que integram o projeto progressista, como o PCdoB, devem disputar a pauta do Governo com ideias avançadas que formam e dão sustentação às suas bases de atuação na sociedade, academia e demais instâncias de debates. O Brasil precisa saltar rumo às políticas estruturantes e sem ônus ao trabalhador.

A Frente tem esta vantagem. Criar resistência ao avanço do conservadorismo ideológico no País, decorrente de ações da Direita extremista, e permitir que ideias arejadas de movimentos sociais se tenham voz e influenciem a agenda nacional. É neste front que o grupo deve trilhar seu futuro político.

Essa coalizão defende os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras; a defesa dos direitos sociais do povo; a defesa da democracia e da soberania nacional; a luta por reformas estruturais e populares; a defesa dos processos de integração latino-americana em curso, como Unasul, Celac, Mercosul  e  integração popular; e questionam a política macroeconômica do Governo.

A espinha dorsal da Frente Brasil Popular permite que políticas como a taxação de grandes fortunas e a democratização da mídia, há muito abafadas pelos grupos que controlam os veículos de comunicação, ganhem espaço no debate nacional e na sociedade, mostrando seu valor para o desenvolvimento econômico, social e de valorização da nossa cultura e identidade.

O combate ao preconceito, à violência, ao ódio, às desigualdades históricas também são parte indissolúvel desta batalha política. Apontar saídas para a nação e mostrar sua importância é uma forma de contribuir para a solução das dificuldades que o país enfrenta diante da crise geopolítica. A Frente Brasil Popular é uma mostra de que as forças de Esquerda estão saindo da defensiva e partindo para a ofensiva, ampliando para outras forças da sociedade. Não há recuo para as vozes que gritam pelos sonhos do povo. Chegamos!

*Médica, deputada federal (RJ) e líder da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados