A invasão violenta do Capitólio, sede do legislativo norte-americano em Washington, por apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi repudiada por lideranças e parlamentares do PCdoB. A ação das milícias e supremacistas brancos, ocorrida nesta quarta-feira (6), tinha como objetivo impedir a certificação da vitória de Joe Biden, que saiu vencedor na eleição presidencial.

Vários deputados de oposição afirmaram que as críticas à conduta de Trump se aplicam também ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que é aliado do presidente dos EUA e demonstrou em diversas ocasiões o propósito de atacar as instituições brasileiras, desrespeitando o rito democrático.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), afirmou que tanto Trump quanto Bolsonaro representam grave ameaça à democracia.

"Trump e seu aluno Bolsonaro são de fato uma grave ameaça à democracia. Nos preparemos! O Brasil precisa de uma grande frente ampla pra fazer frente a esse comportamento fascista que destrói democracias", advertiu a parlamentar.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) observou que o episódio põe em questão a auto-proclamação de “maior democracia do mundo”. Para ele, os incidentes nos EUA mostram a ameaça que Bolsonaro também representa para o Brasil.

“A bajulada como ‘maior democracia do mundo’ sofre hoje sua maior ameaça. Espero que o exemplo sirva para o Brasil. Bolsonaro é um criminoso, está tomando lições com seu mentor. Não deveria nem concluir o mandato. Mas, caso o faça, devemos estar preparados para tudo em 2022”, alertou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) condenou o modo como os extremistas trataram a imprensa antes de invadir o Congresso. “Do lado de fora do Capitólio invadido, apoiadores de Donald Trump perseguiram jornalistas e, com chutes e água, danificaram equipamentos usados por veículos de mídia. Ataque às instituições e ao voto. Ataque à imprensa”, observou.

Segundo a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o que o presidente americano fez foi pisar na democracia e na Constituição de seu país. “Mas Trump é um derrotado e sabe que perdeu. Aí, incitar a invasão do Capitólio, manda recado de como seus asseclas devam agir, diante das presumíveis derrotas da extrema-direita”, disse.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) também classificou a invasão do Congresso norte-americano pelos apoiadores de Trump como "uma violência à Constituição, à democracia e à soberania de um povo". "O fanatismo político cego e amoral. Rechaçamos veementemente!", completou.

A presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, comentou o episódio como a instauração de um caos social nos EUA. “Um país que é centro do capitalismo e se autoproclama a maior democracia do mundo vive tentativa de golpe. É um escândalo. E é também um alerta da necessidade de impedir a disseminação do germe do fascismo, da intolerância e do ódio”, analisou.

Desfecho

A vitória de Joe Biden e Kamala Harris na eleição presidencial foi confirmada pelo Congresso norte-americano na madrugada desta quinta-feira (7). A sessão conjunta da Câmara e do Senado foi retomada depois que um pelotão da Guarda Nacional chegou para apoiar a polícia de Washington, que conseguiu expulsar a turba de arruaceiros que tinha invadido o parlamento no dia anterior.

A polícia informou que quatro pessoas morreram em meio aos distúrbios.