Deputados da Oposição anunciaram nesta terça-feira (6) obstrução da pauta de votações do Plenário da Câmara. Com isso, eles esperam conseguir pautar a Medida Provisória (MP) 1000/2020, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro, mas com o valor reduzido. Além de debater a medida, os parlamentares querem restabelecer o valor do auxílio para R$ 600.

Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), o Congresso não pode permitir que o governo encaminhe uma MP ao Parlamento e que ela fique sem resposta.

“Nossa posição é exigir o auxílio de R$ 600 até o fim. Não dá para assistir o governo mandar a MP para cá e ela ficar como está porque não se pauta. Não vamos aceitar”, pontuou.

Perpétua lembrou ainda que foi o valor garantido pelo Congresso para os trabalhadores que permitiu um impacto menor da pandemia na vida dos brasileiros. “67 milhões de brasileiros dependem desse auxílio. Muitos estão fora do cadastro único, o que significa que nem Bolsa Família irão receber. O governo corta pela metade o auxílio mesmo com o Congresso tendo colocado recursos à disposição. Foi o auxílio de R$ 600 que segurou a economia. Só estamos pedindo que se cumpra o que foi aprovado aqui”, destacou.

Para o líder da Minoria, deputado Zé Guimarães (PT-CE), o governo está fazendo de tudo “para deixar caducar” a MP. “O governo não quer votar a MP. Oras, se eles têm voto para manter os R$ 300 que Bolsonaro quer, que nos derrote no voto. Mas não votamos nada enquanto o governo não topar votar a MP 1000”, disse.

A MP já está valendo. O texto, no entanto, recebeu 262 propostas de alteração de deputados e senadores. A maior parte delas com o objetivo de retomar os R$ 600 do auxílio emergencial.