O Brasil realmente voltou. Bastaram dois anos sob o comando de Michel Temer para o país registrar recordes negativos e acabar com avanços em todas as áreas. Os graves retrocessos econômicos e sociais são as maiores e verdadeiras realizações do governo ilegítimo.

Nesta semana, o golpista celebrou o aniversário de sua gestão, divulgando mais uma vez resultados fantasiosos. Com 82,5% de reprovação popular apontada em pesquisas recentes, Temer se engana ao imaginar que conseguirá iludir os brasileiros. O sofrimento do povo é real e cotidiano, desde que se iniciou o desmonte nacional generalizado, desencadeado pelo golpe contra a então presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Em meio a uma crise econômica e política sem precedentes, o presidente se mantém inerte diante da piora de todos os sinais da economia, da produção, do emprego e da renda no primeiro trimestre de 2018. Pelo contrário, o governo corta ou torna inoperante instrumentos de recuperação econômica. Um exemplo é o enfraquecimento dos bancos públicos. O fim da taxa de juros de longo prazo do BNDES inviabiliza o financiamento do desenvolvimento nacional.

A austeridade sem limites aniquila a ação estatal, impedindo a retomada do crescimento econômico. Os investimentos públicos despencam. Entre 2015 e 2017, o montante médio pago anualmente pelo governo federal chegava a R$ 57 bilhões. No ano passado, esse total caiu para apenas R$ 38 bilhões. Nas estatais, a queda foi ainda maior, baixando de R$ 123 bilhões investidos em 2013 para R$ 76 bilhões em 2016.

A precarização do mundo do trabalho é outra marca do governo que gera uma desesperança recorde. Somente em 2018, o desemprego cresceu 1,5 milhão. A destruição dos direitos trabalhistas leva ao aumento ainda maior do subemprego. Entre 2015 e 2017, registrou-se uma redução de 2,5 milhões no número de trabalhadores com carteira assinada. Nesse mesmo período, houve diminuição de 1,8 milhão no total de pessoas formalizadas com a Previdência Social.

O país também caminhou velozmente para trás na área social. No ano passado, a pobreza extrema aumentou em 1,5 milhão de brasileiros. Com o enxugamento dos programas sociais, voltou também o fantasma das mortes infantis. De acordo com dados consolidados pela Fundação Abrinq, a mortalidade infantil (entre crianças de 1 e 4 anos) cresceu 11% entre 2015 e 2016. Este foi o primeiro aumento desse indicador após 13 anos consecutivos de queda.

Neste breve balanço do governo golpista, fica claro que o Brasil enfrenta dois anos de falta de perspectiva e de arrocho social. É hora de nos levantarmos e bradarmos ainda mais alto: Fora Temer! As eleições de 2018 são a oportunidade da virada. Resistiremos até o fim e lutaremos para recuperar a esperança no futuro.

*Líder do PCdoB na Câmara e deputado federal por São Paulo.