Sob obstrução dos deputados governistas, a Câmara dos Deputados deve aprovar nesta quinta-feira (17) a regulamentação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A matéria voltou à Casa após os senadores retirarem do texto a inclusão no benefício para escolas ligadas a igrejas, entidades filantrópicas e o ensino técnico profissionalizante do Sistema S.

Os senadores resgataram o texto original do relatório do deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), que destina o benefício apenas às escolas públicas. Na primeira votação na Câmara, os deputados bolsonaristas desfiguraram o texto de Rigoni ao apresentarem emendas no Plenário permitindo a inclusão no benefício de escolas privadas sem fins lucrativos.

A líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC) denunciou a manobra governista e defendeu que a Câmara faça a sua parte. “Sobrepor a pauta do Congresso é preocupante. Não podemos encerrar os trabalhos dessa Casa sem atender os apelos da educação do brasil. Milhões de estudantes estão na expectativa de recursos, de internet, e nós temos que ter essa responsabilidade. Há um apelo na sociedade em defesa da educação. Precisamos votar hoje. Depois que votarmos o Fundeb, votamos outras questões”, disse a líder.

O deputado Orlando Silva (PCdoB) afirmou que a Câmara precisa cumprir seu papel e votar o Fundeb sem jabuti. “O Senado corrigiu a aberração de desviar 16 bilhões da escola pública para os setores privados. É nossa vez de garantir o Fundeb público”, disse o deputado.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) a regulamentação do Fundeb é muito importante para a desigualdade no país não aumentar ainda mais. “Já pensou nossas escolas sem ter de onde tirar dinheiro na pandemia?”, indagou.

Segundo ela, o Senado conseguiu reverter o golpe dado no Fundeb. “Hoje a Câmara votará o texto e precisa manter o que foi aprovado pelos senadores (as). Estamos em luta pelo Fundeb 100% para as escolas públicas. Mobilização total!!!”, escreveu no Twitter.