Uma apuração iniciada pela ONG SaferNet, que tem parceria com o Ministério Público Federal no combate à desinformação, aponta que a tentativa de derrubar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último domingo (15), teve uma ação coordenada com objetivo de desacreditar as eleições. Segundo a investigação, militantes bolsonaristas estavam ligados à disseminação das informações falsas difundidas após o ataque.

A informação foi divulgada pelo jornal El País e gerou repercussão no meio político. Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), “Bolsonaro e suas milícias digitais querem colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro”. 

“Qual é a relação do presidente Bolsonaro e de suas milícias digitais com esse ataque ao sistema do TSE que prejudicou a central de divulgação dos resultados eleitorais de domingo último? Estão tentando colocar em xeque a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro!”

A vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) reforçou a necessidade de investigação do caso para encontrar os responsáveis pelo ataque.

De acordo com a SaferNet, o ataque, mesmo que conseguisse retirar o site do TSE do ar, não teria a capacidade de alterar qualquer apuração eleitoral.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou na segunda-feira (16), que pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar o ataque cibernético do primeiro turno das eleições municipais, que  consistiu de 436 mil conexões por segundo na manhã deste domingo a fim de tentar derrubar o sistema do Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o ministro, os disparos massivos foram provenientes de Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia.