A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara (CCJC) foi palco de novo ataque bolsonarista contra as deputadas da Oposição nesta quarta-feira (12). Éder Mauro (PSD-PA), mais uma vez, usou do preconceito, misoginia e truculência para constanger e calar a deputada Maria Rosário (PT-RS) durante votação do colegiado.
 
Sob a condução da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a CCJ nada fez para impedir o show machista e autoritário, motivo pelo qual também foi criticada pelos pares.
 
A vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), se solidarizou com as deputadas atacadas. A parlamentar, que está em seu sétimo mandato na Câmara, destacou que nunca viu nada parecido ao longo desses anos no Parlamento, sobretudo numa comissão que deveria prezar pela Constituição e pelos preceitos fundamentais de democracia, liberdade, respeito à dignidade da pessoa humana.
 
"Esta comissão não pode compactuar com qualquer tipo de violência política, em especial a de gênero. As mulheres nesta Casa não são fruto do seu trabalho individual apenas, mas do trabalho da bancada femninina, da bancada do batom, desde a Constituinte. A partir desse trabalho coletivo e suprapartidário que a bancada tem hoje 77 mulheres. É fruto de muito esforço", destacou. 
 
Jandira afirmou ainda que nunca viu uma mulher desqualifcar a emoção de outra e chamar de "desrespeito ao trabalho" o fato de uma parlamentar chorar porque foi agredida, "numa profunda violência política, como a sofrida pela deputada Maria Rosário".
 
A vice-líder da Minoria destacou ainda que ao agredir uma, o parlamentar bolsonarista agrediu a todos no Parlamento. "Todo mundo que está aqui tem a ver com o que está acontecendo", disse. "Não podemos mais aceitar este baixo nível de debate, de ameaça, de pena de morte, de distorção de conteúdo de projetos de lei. Não se intimidem com as mulheres. Nós queremos debater no campo das ideias. Por que nos desqualificar? Nós temos argumentos para debater", ressaltou.
 
Membro da CCJ, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) se exaltou ao ser interrompido pelo parlamentar bolsonarista enquanto prestava sua solidariedade à deputada Maria do Rosário. "Manifesto nossa indignação por assistir ao discuros de um parlamentar que tem uma atitude covarde. Você devia se retirar da comissão", destacou.