O cronograma da análise da Reforma da Previdência na Câmara sofreu novo ajuste. A apresentação da complementação de voto de Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da PEC 6 na comissão especial, que deveria ter ocorrido nesta quinta-feira (27), foi adiada para a próxima terça-feira (2). O motivo: a possibilidade de um acordo com os governadores para a entrada de estados e municípios no texto que será votado no Congresso.

Apesar de mais um atraso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o relator garantem que ainda é possível votar a proposta no Plenário da Câmara até 17 de julho, quando o Congresso entra em recesso.

Contrária à proposta, a Oposição vê com bons olhos o tempo ganho. Líder da Minoria, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), comemorou o prazo. “Adiada mais uma vez a comissão da Reforma. Vitória da articulação na Câmara que envolve diversas forças. O Brasil precisa de tempo para conhecer a tragédia que o governo quer empurrar goela abaixo”, afirmou.

Além da leitura da complementação de voto, os deputados apostam ainda na possibilidade de novo adiamento da votação do texto de Moreira. Isso porque diversos requerimentos de adiamento de votação foram apresentados pelos deputados de Oposição e devem ser analisados após a leitura do parecer na próxima terça-feira.

Questionado sobre o adiamento, o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse sentir “frustração” e limitou-se a responder que “a hora que decidirem” irá convocar a comissão. Para ele, mesmo com o adiamento, é possível começar e concluir a votação na próxima semana, desde que os partidos estejam dispostos a votar a reforma.

Na manhã desta quinta, enquanto Maia e alguns líderes estavam na residência oficial, a Liderança da Minoria na Câmara também estava reunida para traçar suas estratégias e analisar os destaques que serão apresentados ao texto de Moreira.