Federações e sindicatos de bancários de todo o país realizaram na terça (17) e quarta-feira (18) atividades para alertar a população sobre a ameaça de abertura do capital da Caixa Econômica Federal e a importância de se manter a empresa 100% pública.

Na terça, os trabalhadores do segmento realizaram um ato no Salão Verde da Câmara, em Brasília. A atividade denunciou o desmonte dos bancos públicos pelo governo Temer e contou com a presença de parlamentares que se solidarizaram com os funcionários da Caixa.

Paulo Vinicius, secretário de Relações do Trabalho da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), definiu a venda da Caixa como um "crime de lesa-pátria". "A venda da Caixa fechará o banco para a população mais pobre unicamente para o lucro de uma minoria que se apossou da Presidência da República e colocou no comando do Banco Central um representante dos bancos privados”, alertou.

Os sindicalistas reiteraram que a reestruturação na Caixa, iniciada em julho deste ano, está promovendo um desmonte da instituição, atacando as áreas meio do banco e reduzindo o número de empregados e funções nos departamentos responsáveis pelas funções sociais da instituição.

Ataque à soberania nacional

Presente ao ato, a líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA), denunciou que “toda semana, a Câmara retira um direito dos trabalhadores ou assaca contra a soberania nacional, a inovação, ciência, tecnologia e educação".

De acordo com a parlamentar, agora é a vez dos bancos públicos. "Estão invadindo o terreno dos bancos oficiais, aqueles que os governos ultraliberais não conseguiram destruir. Entendemos que não se trata apenas de privatização, mas sim de quebra de soberania, de desnacionalização. Um período de neocolonialismo se avizinha no Brasil. Enquanto o povo é anestesiado com as notícias daqueles que se envolvem em casos de corrupção, os golpistas vão sorrateiramente aprovando estes projetos que arrebentam com a soberania nacional”, afirmou Alice.

A deputada destacou ainda que se a Caixa for privatizada, os programas sociais estarão por terra. Como banco público, a instituição pratica as menores taxas do mercado, atendendo fatias sociais que são desprezadas por bancos que visam estritamente o lucro.

Caixa é o banco do povo

“A Caixa não é apenas um banco. É a empresa responsável pelo atendimento ao trabalhador e a população mais pobre, que é assistida pelos programas sociais. Tem papel estratégico também para a regulação do sistema financeiro. Todo brasileiro um dia foi ou será atendido pela Caixa”, ressaltou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase), Emanoel Souza.

Nesta quarta-feira (18), foram realizados três tuitaços com a hashtag #DefendaACaixaVocêTambém. De 8h às 9h, das 17h às 18h. Também está previsto um tuitaço das 20h às 21h. O objetivo é mobilizar todo o país com postagens, no Twitter e no Facebook, com a hashtag da campanha. 

*Do Portal Vermelho, com informações da CTB