As agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) haviam se programado para reabrir nesta segunda-feira (14), mas o que se viu foram filas, falta de informação e desrespeito àqueles que foram atrás de seus direitos. E de acordo com o órgão, as perícias médicas continuarão suspensas em todo o país, pelo menos até quarta-feira (16). Isso porque, apesar de Bolsonaro defender a retomada das atividades em todo o país, a Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais concluiu que não havia segurança sanitária para a realização dos exames. Segundo a associação, desprotegidos, doutores e pacientes seriam alvos fáceis para o novo coronavírus. Só faltou avisar os interessados.

Para a líder da bancada do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), o governo Bolsonaro deixa sem atendimento os pobres e doentes e humilha a população.

“É muita humilhação para a nossa população. Quem precisa do INSS são os pobres e os doentes. E agora esse governo federal os deixa sem atendimento. Por todo o país, milhares de mulheres estão sem receber auxílio-maternidade, outros tantos sem receber auxílio-doença e muitos outros numa fila imaginária à espera de sua aposentadoria. O povo não está pedindo esmola, apenas exigindo os seus direitos e um serviço público eficiente e de qualidade”, afirmou ao comentar a notícia de uma agricultora do Acre que viajou 60 km com a filha deficiente para encontrar a agência do INSS fechada.

Vice-líder da Oposição, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) avalia que o caos instalado nas agências do INSS refletem o desgoverno Bolsonaro. “Há meses sem realizar perícias, submetem o povo a todo tipo de risco, humilhação, descaso. Isso é demofobia, é um governo cruel e que odeia o povo. Uma canalhice!”

Aproximadamente 750 mil brasileiros aguardam na fila por uma perícia que lhes permita começar a receber benefícios como o auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Desse total, sete mil pessoas marcaram hora pelo telefone, como exige o INSS e mesmo assim não conseguiram atendimento.